Cartazes onde se podia ler "Ciência, não silêncio" ou "Cientistas em pânico" foram erguidos pelos manifestantes que marcharam pelo centro da cidade universitária no sul de França, em solidariedade com o movimento "Defenda a Ciência", lançado por jovens cientistas norte-americanos.
Visivelmente devastada, Julia Gallo, uma cientista norte-americana que está em Toulouse para um pós-doutoramento em arqueologia, acredita que as políticas do Governo Trump vão "matar uma geração inteira de cientistas norte-americanos".
"Esta censura é terrível para a ciência americana do futuro", frisou.
"Trump e Musk não estão a atacar todas as ciências, estão a atacar em particular as ciências que são críticas, como as ciências sociais, as ciências ambientais, as ciências climáticas que procuram transformar o modelo económico", alertou Marc Odin, investigador em ciências da Terra, que também esteve entre os manifestantes.
"Não estão a atacar de forma alguma as ciências que fazem foguetões ou a IA", acrescentou em Toulouse, a capital europeia da aeronáutica e do espaço, que alberga as sedes da Airbus e da Météo France, entre outras.
Muitas administrações norte-americanas já sofreram cortes drásticos de pessoal por parte da Comissão de Eficiência Governamental (DOGE), liderada pelo bilionário Elon Musk.
É o caso, por exemplo, da agência norte-americana responsável pela previsão do tempo, análise climática e conservação dos oceanos (NOAA) ou dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, que monitorizam, em particular, as epidemias.
A decisão da administração Trump de se retirar da Organização Mundial de Saúde (OMS) e não participar nas últimas reuniões de especialistas climáticos do IPCC já está a ter impacto na cooperação internacional, dizem os cientistas.
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