A violência foi desencadeada por um ataque sangrento, na quinta-feira, de apoiantes de Assad contra as forças de segurança em Jablé, perto de Latakia, no oeste do país, um antigo bastião do governo deposto e berço da comunidade muçulmana alauita, da qual descende o clã Assad.
Segundo o Observatório dos Direitos Humanos (OSDH), que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria, "745 civis alauitas foram mortos nas regiões costeiras e nas montanhas de Latakia pelas forças de segurança e grupos afiliados" desde quinta-feira.
Pelo menos 273 membros das forças de segurança e combatentes pró-Assad também foram mortos, segundo o Observatório.
A comunidade alauita é um ramo do Islão xiita.
"Estes desafios eram previsíveis. Temos de preservar a unidade nacional, a paz civil, tanto quanto possível, e, se Deus quiser, poderemos viver juntos neste país", afirmou Ahmad al-Charaa, que liderou a coligação islamista sunita que derrubou Assad a 08 de dezembro, durante um discurso numa mesquita de Damasco.
Após o ataque de quinta-feira, as forças de segurança enviaram reforços e lançaram grandes operações na região.
O OSDH referiu "execuções sectárias ou regionais".
Uma fonte de segurança citada pela agência oficial Sana na sexta-feira relatou "atos isolados de violência", atribuindo-os a "multidões" que agiram em retaliação ao "assassínio de vários membros da polícia e das forças de segurança" por serem "leais ao antigo regime".
O restabelecimento da segurança é o principal desafio que o novo Governo sírio enfrenta após mais de 13 anos de guerra civil, tendo o Presidente de transição apelado aos rebeldes alauitas para que "deponham as armas antes que seja demasiado tarde".
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