Presidente da Síria anuncia "comissão" para investigar ataques contra civis

O Presidente interino da Síria, Ahmed al Sharaa, anunciou hoje a formação de uma comissão independente para investigar as "violações contra civis" e apurar os responsáveis pela violência que terá causado mais de 700 mortos nos últimos dias.

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Lusa
09/03/2025 17:14 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Ahmed al Sharaa

O Presidente decidiu "formar uma comissão nacional independente para investigar (...) os acontecimentos ocorridos na costa síria em 06 de março", composta por cinco juízes, um general de brigada e um advogado, informou a Presidência síria.

 

A comissão, que terá 30 dias para apresentar o seu relatório, deverá apurar "as causas, circunstâncias e condições que levaram à ocorrência destes acontecimentos", além de "investigar as violações contra civis e identificar os responsáveis", bem como "investigar os ataques contra instituições públicas, pessoal de segurança e do exército e identificar os responsáveis".

"As pessoas envolvidas na prática de crimes e violações" durante estes atos serão levadas a tribunal, determinou a Presidência síria.

Entretanto, o Parlamento Europeu apelou a todos os organismos governamentais competentes para que cooperem com a comissão em tudo o que for necessário para garantir que esta cumpra as tarefas que lhe foram atribuídas.

Esta comissão vem juntar-se à que foi constituída no sábado pelo Ministério da Defesa, que tem por objetivo "enviar a julgamento militar" os que cometeram infrações durante as operações na costa mediterrânica síria.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos - uma ONG com sede no Reino Unido, mas com uma vasta rede de parceiros no terreno -, pelo menos 745 civis terão sido executados pelas forças de Damasco desde quinta-feira, quando grupos insurrectos leais a Bashar al-Assad atacaram as tropas da nova administração na província de Latakia, de maioria alauita, um feudo da família al-Assad.

O ataque desencadeou confrontos em grande escala, envolvendo todo o tipo de armas pesadas, que se estenderam a outras províncias como Tartous, também no litoral, e aos distritos administrativos centrais de Hama e Homs.

Pouco mais de 270 combatentes foram mortos na onda de violência, que tem como alvo principal a população civil da minoria alauita, que, segundo o Observatório, tem sido vítima de "atos de vingança" por parte das tropas governamentais.

Até ao momento, o novo Governo sírio não reconheceu estes atos, nem apresentou um balanço do número de vítimas civis ou de baixas nas suas fileiras.

Leia Também: Síria. EUA condenam "massacres" e pedem para se responsabilizar autores

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