UNITA ouviu queixas de fome e pobreza "gritantes" no leste de Angola

A UNITA destacou hoje as queixas sobre fome e pobreza "gritantes", em três províncias do leste de Angola, como um "problema de emergência nacional", no final de uma visita do presidente do maior partido da oposição angolana à região.

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Lusa
12/03/2025 16:16 ‧ há 4 horas por Lusa

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O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, visitou as províncias da Lunda Norte, da Lunda Sul e do Moxico entre 01 e 10 deste mês, tendo estado em 15 municípios e mantido contactos com os governadores da Lunda Sul e do Moxico e os arcebispo e bispo de Saurimo (sede da Lunda Sul) e Luena (sede do Moxico), Dom Imbamba e Dom Martin, respetivamente.

 

Em conferência de imprensa de balanço desta visita, o secretário-geral da UNITA, Álvaro Daniel, disse que o problema da fome que se verifica na região leste é generalizado, sendo por isso "importante que o Governo tenha coragem" de o encarar como uma situação "de emergência nacional e convidar a sociedade, os empresários, a comunidade internacional, para se poder estudar as áreas focais e resolver o problema". 

Álvaro Daniel considerou que a política adotada pelo Governo, através do Kwenda, programa de transferência direta de renda para famílias em situação de vulnerabilidade, não é uma "fórmula que resolva de facto o problema da fome". 

"Antes pelo contrário, em alguns casos, as famílias relaxam, esperam do Estado este apoio. O importante seria não dar o peixe a quem tem fome, mas ensiná-lo como se pesca para depois não voltar a pedir", referiu.

Além da fome e da pobreza, a delegação da UNITA ouviu também lamentos sobre os maus-tratos nas áreas de exploração diamantífera, lugares caracterizados por "ambiente selvático, onde a vida do próximo não tem valor para quem tem o interesse e o poder de explorar a força humana como mão-de-obra".

"Há relatos de assassinatos e torturas de cidadãos por empresas de segurança, normalmente ligadas a pessoas da nomenclatura", frisou o secretário-geral da UNITA, denunciando também ações criminosas, que terminam em homicídios para a "usurpação das lavras das vítimas, cujos terrenos são potenciais ou hipotéticas minas".

Segundo o político, há dificuldades igualmente nas estradas que ligam as cidades capitais das províncias e os municípios, por "estado precário ou inexistência de vias de comunicação", havendo também queixas relativas à não consignação de uma percentagem da produção diamantífera para investimento nas comunidades locais.

Álvaro Daniel referiu que foram também relatados problemas de desemprego, sobretudo de jovens, do número considerável de crianças fora do sistema escolar e do absentismo por falta de professores nas comunidades, a falta de Bilhete de Identidade por parte significativa de cidadãos nacionais com idade eleitoral, de medicamentos e orçamento para o funcionamento dos serviços administrativos nos hospitais públicos.

"Estes e outros elementos justificam os altos níveis de insatisfação e de rejeição ao Governo de João Lourenço, assim como as manifestações populares pelo desejo da alternância e mudança democrática do regime", frisou, dando "nota positiva ao trabalho realizado na estrada Nacional 230".

Álvaro Daniel afirmou que, para responder a algumas das várias inquietações das populações visitadas, o grupo parlamentar da UNITA vai tomar algumas iniciativas legislativas e remetê-las à Assembleia Nacional.

O secretário-geral da UNITA disse que o partido vai comemorar os seus 59 anos de existência com momentos de reflexão sobre a sua participação na luta pela independência nacional.

Segundo Álvaro Daniel, as comemorações decorrem sob o lema "UNITA, 59 anos - pela Independência e Liberdade, Unidade Nacional e Alternância do Poder".

O dirigente avançou que o ato central se vai realizar no Lobito, província de Benguela, litoral do país, no dia 15 deste mês e vai reunir membros, amigos e simpatizantes do partido, contando ainda com a presença de convidados estrangeiros, amigos da UNITA.

Leia Também: Angola negoceia encontro em Luanda entre delegações do M23 e da RDCongo

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