EUA pedem a Conselho de Segurança que condene o Irão devido a programa nuclear

O Conselho de Segurança da ONU deve estar unido na condenação clara do comportamento descarado do Irão em relação ao seu programa nuclear, defenderam na quarta-feira os Estados Unidos, após uma reunião à porta fechada.

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© CHARLY TRIBALLEAU/AFP via Getty Images

Lusa
13/03/2025 07:11 ‧ há 4 horas por Lusa

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Na sequência do último relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que estima que o Irão tenha aumentado as suas reservas de urânio enriquecido para 60% de forma "muito preocupante", um limite próximo dos 90% necessários para produzir uma arma nuclear, o Conselho de Segurança reuniu-se em privado na quarta-feira, a pedido de vários membros, Estados Unidos, Reino Unido, França, Grécia, Panamá e Coreia do Sul.

 

"O Presidente Trump deixou claro que o programa nuclear do Irão é uma ameaça à paz e à segurança internacionais, que o Conselho de Segurança tem a responsabilidade de proteger", destacou a missão norte-americana na ONU, em comunicado, acusando Teerão de "desafiar o Conselho".

"O Conselho deve ser claro e unido ao responder e condenar este comportamento vergonhoso", acrescentou, prometendo que os Estados Unidos continuariam "a aplicar a estratégia de pressão máxima do Presidente Trump" para o impedir de desenvolver armas nucleares.

Esta declaração surge numa altura em que, desde que regressou à Casa Branca, Donald Trump se declarou pronto para dialogar com Teerão sobre um acordo nuclear e revelou que tinha escrito uma carta nesse sentido aos líderes iranianos, alertando para uma possível ação militar caso o Irão se recuse.

Teerão recebeu a carta na quarta-feira, segundo os meios de comunicação iranianos.

Ao mesmo tempo, o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, reiterou que o seu país não procura ter armas nucleares, e disse que o convite dos EUA para negociações tinha como objetivo "enganar a opinião pública mundial", alegando mostrar que os Estados Unidos "querem negociar (...) mas que o Irão não está disposto a fazê-lo".

Neste contexto, o vice-embaixador britânico na ONU, James Kariuki, voltou a colocar a hipótese de acionar o 'snapback', um mecanismo que permitiria voltar a impor sanções internacionais contra Teerão.

"Estamos certos de que tomaremos todas as medidas diplomáticas para impedir o Irão de adquirir armas nucleares, e isso inclui o uso de snapback, se necessário", frisou, em declarações aos jornalistas.

O Reino Unido, a França e a Alemanha já tinham enviado uma carta ao Conselho de Segurança em dezembro, levantando este cenário.

Em 2015, o Irão chegou a acordo em Viena com a França, a Alemanha, o Reino Unido, a China, a Rússia e os Estados Unidos para regular o seu programa nuclear.

O texto previa em troca o alívio das sanções internacionais contra Teerão.

Em 2018, Donald Trump, durante o seu primeiro mandato, retirou unilateralmente o seu país do acordo - que Teerão estava a cumprir, segundo a AIEA - e restabeleceu pesadas sanções.

Leia Também: Autoridades sírias criam Conselho de Segurança Nacional após violência

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