Israel rejeita acusações da ONU de atos genocidas e abusos sexuais

As autoridades israelitas rejeitaram hoje as "alegações infundadas" de uma comissão de investigação da ONU, que acusou Israel de cometer "atos genocidas", ao atacar a saúde reprodutiva na Faixa de Gaza, e de abusos sexuais.

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© Forças de Defesa de Israel

Lusa
13/03/2025 11:27 ‧ há 2 horas por Lusa

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"Israel rejeita categoricamente as acusações infundadas feitas pela comissão de investigação no seu último relatório sobre o uso 'sistemático' de violência sexual e de género pelas Forças de Defesa de Israel (FDI)", afirmou a missão israelita em Genebra, na Suíça.

 

Segundo Telavive, "a comissão de investigação está a explorar a violência sexual para promover a sua agenda predeterminada e tendenciosa", o que constitui "um golpe no importante trabalho das instituições internacionais no combate à prática destes atos atrozes como armas de guerra".

Numa "tentativa descarada de incriminar as FDI e criar a ilusão de uso 'sistemático' de violência sexual e de género, a comissão adota deliberadamente um nível mais baixo de verificação do seu relatório, permitindo a inclusão de informações [com origem] em fontes não corroboradas", criticou.

"Isto não se coaduna com os padrões e metodologias de verificação das Nações Unidas" e "significa que as forças israelitas estão sujeitas a padrões totalmente diferentes dos de qualquer outro ator", criticaram as autoridades israelitas num comunicado publicado na rede social X.

"Qualquer informação infundada que apoie a narrativa predeterminada pela comissão de investigação é considerada fiável, mesmo que não verificada", apontaram, acrescentando que a comissão "aplicou padrões diferentes nas suas conclusões de junho de 2024 sobre o uso de violência sexual pelo Hamas a 07 de outubro [de 2023], onde apenas foram apresentadas informações verificadas".

A missão israelita em Genebra afirmou ainda que "a comissão da ONU demonstra como disposta a distorcer a realidade em prol da sua agenda política desejada" e garantiu que "as FDI têm diretrizes, ordens e políticas específicas que proíbem inequivocamente este tipo de má conduta".

Além disso, acrescentou, "estão em vigor mecanismos exaustivos de supervisão para garantir que os alegados incidentes de má conduta, incluindo alegações de violência sexual, são examinados e investigados de acordo com as normas e padrões internacionais".

A Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre os Territórios Palestinianos Ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, disse que "as autoridades israelitas destruíram parcialmente a capacidade reprodutiva dos palestinianos em Gaza enquanto grupo, incluindo através de medidas para impedir nascimentos, uma das categorias de atos genocidas incluídas no Estatuto de Roma e na Convenção sobre Genocídio".

A comissão salientou que "os danos nas grávidas, lactantes e novas mães estão a uma escala sem precedentes em Gaza", acrescentando que "a falta de acesso a cuidados de saúde sexual e reprodutiva causou danos físicos e mentais imediatos e sofrimento às mulheres e raparigas, que sofrerão efeitos irreversíveis a longo prazo na saúde mental e nas esperanças reprodutivas e de fertilidade dos palestinianos em Gaza como grupo".

Estes atos, concluiu a comissão, "constituem crimes contra a humanidade", sublinhando que a ofensiva contra Gaza teve "um impacto desproporcional nas mulheres e raparigas".

Além disso, sublinhou, "houve um aumento significativo dos crimes sexuais e de género perpetrados contra palestinianos por membros das forças de segurança israelitas desde 07 de outubro de 2023, com o objetivo de retaliar e puni-los coletivamente" pelos ataques.

A comissão observou que "todos os incidentes documentados de violência sexual e de género cometidos por membros das forças de segurança ficaram impunes" pelo que "os líderes civis e militares são tão responsáveis como os perpetradores diretos".

Leia Também: Ataques de Israel à saúde reprodutiva em Gaza são genocídio, diz ONU

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