A unidade do grupo dos países mais industrializados - Alemanha, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Japão - foi abalada pelo regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, por se ter aproximado do seu homólogo russo, Vladimir Putin, e estar a impor tarifas aos seus aliados mais próximos.
Nos três dias de reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, em Charlevoix, no Quebeque, a Ucrânia é o assunto principal, dois dias depois de Kiev ter dado luz verde à proposta dos EUA para um cessar-fogo de 30 dias, mais de três anos após a invasão russa.
Na abertura desta sessão formal do G7, a canadiana Mélanie Joly afirmou esperar encontrar formas de as potências "continuarem a apoiar a Ucrânia face à agressão ilegal da Rússia".
"Todos nós queremos ver uma paz justa e duradoura na Ucrânia", disse.
Antes destas palavras, a ministra recebeu Marco Rubio, o primeiro alto responsável da nova administração dos EUA a pisar solo canadiano desde o crescendo de tensões entre os dois países.
Nenhum dos governantes respondeu às perguntas da imprensa.
Anteriormente, Rubio fez saber que iria pressionar o G7 para garantir que a declaração final evitasse qualquer linguagem "hostil" em relação à Rússia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, afirmou que o G7 deve concentrar-se em "assegurar que a Ucrânia está na posição mais forte possível para garantir uma paz justa e duradoura".
Face à tensão entre os Estados Unidos e o resto do G7, nomeadamente devido à guerra comercial lançada por Trump, que já hoje ameaçou a França e a União Europeia com tarifas de 200% sobre o seu champanhe, vinho e outras bebidas espirituosas, se os 27 não recuarem nas tarifas de 50% sobre o whisky americano.
Quinta-feira entraram em vigor as tarifas de 25% impostas às importações de aço e alumínio, o que provocou uma retaliação imediata por parte de muitos países.
Além desta guerra comercial, Trump já manifestou o desejo de ver o Canadá transformar-se no "51.º Estado" dos Estados Unidos.
No entanto, Marco Rubio considera que o G7 não é uma reunião sobre como "assumir o controlo do Canadá".
"Vêm ao nosso país, respeitam os nossos costumes e a nossa maneira de fazer as coisas e, claro, a nossa soberania", avisou, por seu lado, Mélanie Joly na véspera da reunião.
O Governo canadiano pretende aproveitar a reunião para apelar aos líderes europeus para que levem a sério as ameaças dos EUA.
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