Ameaças e ataques a Hutis adensam tensão entre os EUA e Irão. Porquê?

Donald Trump ordenou ataques contra os Hutis na noite de sábado. Até ao momento, há registo de 31 mortos e mais de 100 feridos. O Irão e os rebeldes do Iémen garantem retaliar.

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© Mohammed Hamoud/Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
16/03/2025 11:42 ‧ ontem por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Hutis do Iémen

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou ataques aéreos à capital do Iémen e instou o Irão a deixar de apoiar o grupo rebelde Hutis. O anúncio não foi bem-visto por Teerão, que já veio afirmar que o governo norte-americano "não tem direito de ditar" a sua política externa, enquanto os Guardas da Revolução prometeram "respostas adequadas" às ameaças.

 

Numa publicação nas redes sociais, no sábado, indicou que deu ordens às Forças Armadas dos Estados Unidos para lançarem "uma ação militar decisiva e poderosa contra os terroristas Hutis no Iémen", acusando-os de levar a "cabo uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra navios, aviões e drones americanos e de outros países".

"Os nossos corajosos combatentes estão neste momento a levar a cabo ataques aéreos contra as bases, os líderes e as defesas antimísseis dos terroristas para proteger a navegação, os meios aéreos e navais americanos e para restaurar a liberdade de navegação", afirmou.

Ao mesmo tempo, Trump advertiu o Irão para deixar de apoiar o grupo rebelde do Iémen, prometendo responsabilizar totalmente o país pelas ações do seu representante.

"Ao Irão: O apoio aos terroristas Hutis deve terminar IMEDIATAMENTE! NÃO ameacem o povo americano, o seu presidente, que recebeu um dos maiores mandatos da história presidencial, ou as rotas marítimas mundiais. Se o fizerem, CUIDADO, porque a América responsabilizá-los-á totalmente e não seremos simpáticos quanto a isso!", ameaçou.

Em resposta, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, frisou que "o governo norte-americano não tem autoridade nem direito de ditar a política externa do Irão".

Por sua vez, o chefe dos Guardas da Revolução, o exército ideológico do Irão, defendeu que o país vai retaliar contra qualquer ataque, na sequência da mensagem de Trump.

"O Irão não procura a guerra, mas se alguém o ameaçar, dará respostas adequadas, resolutas e definitivas", garantiu o general Hossein Salami à televisão estatal.

Até ao momento, o Ministério da Saúde dos Hutis deu conta que os ataques norte-americanos fizeram pelo menos 31 feridos e mais de 100 feridos. Os ataques visaram Sanaa, bem como as províncias de Saada (norte) e a cidade de Radaa, na província de Al-Bayda (centro).

Os rebeldes já ameaçaram retaliar contra os ataques e frisaram que as "Forças armadas estão prontas para responder a uma escalada com uma escalada".

Rebeldes no Iémen ameaçam retaliar contra ataques mortais dos EUA

Rebeldes no Iémen ameaçam retaliar contra ataques mortais dos EUA

Os rebeldes Huthis do Iémen ameaçaram hoje retaliar contra os ataques perpetrados sábado pelos Estados Unidos, que visaram vários dos seus redutos, incluindo a capital Sanaa, matando pelo menos 31 pessoas, segundo o mais recente balanço de vítimas.

Lusa | 09:24 - 16/03/2025

O que está em causa?

O movimento rebelde realizou vários ataques com mísseis contra Israel e navios acusados de ligações a Telavive, alegando estar a agir em solidariedade com os palestinianos, após o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque do Hamas a Israel a 7 de outubro de 2023.

Na sequência da entrada em vigor, a 19 de janeiro, de uma frágil trégua em Gaza, após 15 meses de guerra destrutiva, os Hutis cessaram os seus ataques.

No entanto, a 11 deste mês, os Hutis anunciaram a intenção de retomar os ataques ao largo da costa do Iémen contra navios mercantes que acreditam estar ligados a Israel, depois de este país ter recusado a entrega de ajuda humanitária a Gaza.

Os ataques dos Hutis a navios perturbaram o tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma zona marítima essencial para o comércio mundial, levando os Estados Unidos a criar uma coligação naval multinacional e a atacar alvos rebeldes no Iémen, por vezes com a ajuda do Reino Unido.

Leia Também: Rebeldes no Iémen ameaçam retaliar contra ataques mortais dos EUA

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