"Hoje, um primeiro grupo de 238 membros da organização criminosa venezuelana Tren de Aragua estão a chegar ao nosso país. Foram imediatamente transferidos para o centro de detenção de terroristas, por um período de um ano, renovável", disse o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, na rede social X.
Também hoje, o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio disse que, sob a Lei dos Inimigos Estrangeiros, foram enviadas centenas de pessoas consideradas membros do Tren de Aragua a El Salvador para serem ali detidos.
"Centenas de criminosos violentos foram expulsos do nosso país. Este passo decisivo não tinha sido dado por nenhum outro presidente dos Estados Unidos. Trump está a cumprir as promessas que fez ao povo norte-americano. Quero expressar o meu sincero agradecimento ao Presidente Nayib Bukele de El Salvador pelo seu papel fundamental", disse Rubio em comunicado.
Na semana passada foi noticiado que a administração norte-americana, liderada por Donald Trump, iria pagar a El Salvador seis milhões de dólares (cerca de 5,5 milhões de euros à taxa de câmbio atual) para prender durante um ano cerca de 300 alegados membros do gangue venezuelano Tren de Aragua.
O gangue Tren de Aragua surgiu numa prisão da Venezuela e acompanhou o êxodo de milhões de venezuelanos para os EUA, a esmagadora maioria dos quais procurava melhores condições de vida depois de a economia do seu país ter entrado em colapso na última década.
Trump e os seus aliados transformaram o gangue no rosto da alegada ameaça representada pelos imigrantes que vivem ilegalmente nos EUA e designaram-no formalmente como uma organização terrorista no estrangeiro.
No sábado, um juiz federal impediu o Governo dos EUA de usar uma lei do século XVIII conhecida como Lei dos Inimigos Estrangeiros para deportar cinco venezuelanos.
Segundo a União Americana pelas Liberdades Civis e a organização Democracy Forward, que apresentaram uma ação extraordinária num tribunal federal em Washington, a ordem do Governo visa deportar qualquer venezuelano dos EUA considerando-o como membro desse gangue, independentemente dos factos.
Horas depois da decisão do juiz, o Governo de Trump recorreu da ordem de restrição inicial, alegando que interromper um ato presidencial prejudica o poder executivo.
A invulgar onda de litígios realça a controvérsia em torno da Lei dos Inimigos Estrangeiros, que pode dar a Trump um grande poder para deportar pessoas ilegalmente no país.
Isto poderá permitir-lhe ignorar algumas proteções das leis penais e de imigração normais, mas obrigará Trump a enfrentar numerosos litígios judiciais.
Pode ver, na galeria acima, o momento da chegada a El Salvador.
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