Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que as faíscas, provocadas por engenhos de pirotecnia, incendiaram o teto da discoteca na Macedónia do Norte onde, na madrugada deste domingo, morreram dezenas de pessoas.
Recorde-se que as vítimas são, na sua maioria, jovens que assistiam a um concerto do grupo de hip-hop DNK, um dos mais populares do país, na discoteca 'Pulse', em Kocani, a cerca de 100 quilómetros da capital, Skopje.
Segundo as autoridades locais, cerca de 1.500 pessoas assistiam ao espetáculo, que começou cerca de meia-noite.
A gravação mostra o grupo musical a atuar, ao mesmo tempo que duas fontes de pirotecnia disparam faíscas brancas em direção ao teto. A determinado momento, é possível ver a propagação das chamas no canto superior esquerdo das imagens.
At approximately 0130 EST, a massive fire erupted at Club Pulse in Kocani, North Macedonia, resulting in at least 59 fatalities and over 100 injuries. The incident occurred from a pyrotechnics display during a performance by the local hip-hop duo DNK. The blaze was ignited when… pic.twitter.com/d8fE0H8sS7
— Laszlo Varga (@LaszloRealtor) March 16, 2025
De realçar que o ministro do Interior norte-macedónio já tinha confirmado o incêndio teria sido causado por "dispositivos pirotécnicos" utilizados durante o espetáculo.
"Muito provavelmente, as faíscas atingiram o teto, feito de um material facilmente inflamável, e, num curtíssimo espaço de tempo, o incêndio propagou-se por toda a discoteca, formando uma densa nuvem de fumo", afirmou Pance Toskovski.
O último balanço dá conta de 59 mortos e 155 feridos.
Foram ainda emitidos quatro mandando de detenção na sequência do incêndio. A agência noticiosa estatal Mia afirmou que a polícia deteve o proprietário da discoteca.
"Estão a ser feitos preparativos para transportar os feridos graves do incêndio de Kocani para hospitais de referência em vários países europeus", afirmou Stojanche Angelov, diretor do Centro de Crise norte-macedónio.
A diretora do hospital de Kocani, Kristina Serafimovska, afirmou a um meio de comunicação local que as vítimas cujos corpos chegaram à unidade tinham entre 14 e 25 anos.
Um dos membros do grupo DNK, Vladimir Blazev, sofreu queimaduras no rosto e encontrava-se sob assistência respiratória na manhã de hoje, revelou a irmã à imprensa local.
Entre as vítimas mortais está também um agente da brigada antidroga que trabalhava durante o concerto.
Segundo o 'site' informativo SDK, o incêndio começou pelas 03h00 (02h00 em Lisboa).
"O dia de hoje é difícil e profundamente triste para a Macedónia do Norte. A perda de tantas vidas jovens é irreparável e a dor das famílias, dos entes queridos e dos amigos é imensurável", escreveu o primeiro-ministro Hristijan Mickoski no Facebook.
Ao longo da manhã de domingo, multiplicaram-se as reações de líderes internacionais, e vários países ofereceram ajuda.
O primeiro-ministro búlgaro, Rossen Jeliazkov, classificou o incêndio como "uma tragédia humana de enormes proporções" e colocou à disposição a assistência do seu país para transportar e tratar os feridos em hospitais de Sófia e Varna.
O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, também se disponibilizou para prestar apoio, garantindo que o seu país pode "fornecer toda a assistência necessária".
A Grécia manifestou igualmente a sua prontidão para ajudar "nestes tempos difíceis", declarou o primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, na rede social X.
Também a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, expressou na mesma rede social estar "profundamente entristecida pelo incêndio trágico que custou a vida a demasiados jovens em Kocani" e sublinhou que a União Europeia (UE) "partilha o luto e a dor" do povo da Macedónia do Norte.
O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou "o seu profundo pesar pelas consequências desoladoras do incêndio" e transmitiu à sua homóloga norte-macedónia "sentidas condolências aos familiares de todos os que perderam a vida e a rápida recuperação dos feridos".
O chefe de Estado português considerou tratar-se de um "momento de choque e tristeza".
Leia Também: Quatro mandados de detenção após tragédia na Macedónia. Há 59 mortos