Impedimento de concorrer a eleições é negar "democracia", diz Bolsonaro

O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse hoje que as acusações de golpe se devem ao facto de "o quererem preso ou morto" e que o impedimento de concorrer em eleições é "uma negação da democracia".

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Lusa
16/03/2025 16:52 ‧ há 3 horas por Lusa

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Durante um evento realizado na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, que juntou milhares de pessoas, Bolsonaro denunciou que o facto de estar impedido de se candidatar nas eleições do próximo ano é "uma negação da democracia".

 

"Quero dizer aos que não gostam de mim em Brasília: as eleições sem Bolsonaro são uma negação da democracia no Brasil", disse o ex-Presidente, empoleirado num palanque com um cartaz que mostrava o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o punho erguido, após o ataque sofrido durante a campanha eleitoral, na Pensilvânia, em julho passado.

"Tudo isto se deve ao facto de me quererem preso ou morto", denunciou o ex-Presidente.

"Fabricaram esta história sobre o golpe, e agora tenho de provar que sou inocente", declarou o líder de extrema-direita brasileiro, referindo-se a uma queixa apresentada pelo Ministério Público, que o acusa de ter engendrado o ataque aos três poderes governamentais a 08 de janeiro de 2023.

Nesse dia, uma semana após a tomada de posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, milhares de bolsonaristas invadiram e vandalizaram os edifícios da presidência, do Parlamento e do Supremo Tribunal Federal em Brasília, incitando as Forças Armadas a derrubar o novo governo.

Bolsonaro e cerca de trinta dos seus colaboradores mais próximos foram acusados também de terem conspirado para impedir a investidura de Lula, que o tinha derrotado nas eleições de outubro de 2022.

O Supremo Tribunal Federal, responsável pelo caso, decidirá se aceita as acusações entre 25 e 26 de março, altura em que poderá abrir um processo-crime.

Hoje, o ex-presidente voltou a negar as acusações que enfrenta, bem como as denúncias de abuso de poder político e económico durante o processo eleitoral de 2022, levando o tribunal a proibi-lo do cargo até 2030.

Bolsonaro explicou que a decisão "pode ser anulada" e pediu aos adversários políticos que tenham coragem de o enfrentar em eleições.

"Se sou assim tão mau, que me derrotem nas urnas", desafiou o líder de extrema-direita.

Milhares de apoiantes de Jair Bolsonaro encheram hoje a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para mostrar apoio ao ex-presidente de extrema-direita do Brasil, que está a ser julgado por alegado plano de golpe de Estado.

Leia Também: Bolsonaro recebido por milhares de apoiantes no Rio de Janeiro

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