RD Congo confirma participação nas negociações de paz mediadas por Angola

O Governo da República Democrática do Congo (RDC) confirmou hoje a sua participação nas negociações de paz com o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), que deverão arrancar na próxima terça-feira em Angola.

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Lusa
16/03/2025 19:34 ‧ há 11 horas por Lusa

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RD Congo

"Recebemos o convite do mediador (o Presidente angolano João Lourenço) e vamos ouvi-lo. Uma delegação congolesa vai viajar para Luanda na terça-feira, por iniciativa dos mediadores", disse Tina Salama, porta-voz do Presidente da RDC, Félix Tshisekedi.

 

Salama confirmou a participação do seu país depois de João Lourenço ter apelado, no sábado, a um cessar-fogo entre as partes, a partir de hoje, para facilitar as negociações.

Através da rede social X, porém, o M23 acusou o Governo congolês de querer "sabotar" o diálogo, alegando que as forças governamentais bombardearam indiscriminadamente "zonas densamente povoadas" e atacaram posições rebeldes nos últimos dias.

O Presidente angolano anunciou na passada quarta-feira o início das negociações diretas de paz entre o Governo da RDC e o M23, na terça-feira, na capital angolana.

Horas depois do anúncio, na noite de quarta para quinta-feira, o M23 assumiu o controlo da Ilha Idjwi, no Lago Kivu e o grupo passou a controlar sete dos oito territórios que compõem a província oriental do Kivu do Sul.

O M23 - que é apoiado pelo Ruanda e por alguns países ocidentais, como os EUA, Alemanha e França --- controla as capitais das províncias do Kivu do Norte e do Sul, que fazem fronteira com o Ruanda e são ricas em minerais essenciais para a indústria tecnológica e para o fabrico de telemóveis.

O número de mortos no conflito em Goma e arredores, capital do Kivu do Norte, ultrapassou os 8.500 desde janeiro, de acordo com informações prestadas pelo ministro da Saúde Pública congolês, Samuel Roger Kamba, no final de fevereiro.

Naquela província, a atividade armada do M23 - um grupo constituído sobretudo por tutsis, que sofreu o genocídio do Ruanda em 1994 - foi retomada em novembro de 2021 com ataques-relâmpago contra o Exército congolês.

Desde 1998 que o leste da RDC está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo Exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (Monusco).

Leia Também: Pelo menos 11 mortos em explosão num comício do M23 no leste da RD Congo

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