"A ONU está preocupada com as ameaças contínuas dos Huthis de retomarem os seus ataques contra navios mercantes e comerciais no Mar Vermelho, assim como sobre os seus ataques relatados contra embarcações militares na área. O secretário-geral pede total liberdade de navegação no Mar Vermelho", indicou o gabinete de Guterres em comunicado.
A ONU reiterou ainda "preocupação com o lançamento de vários ataques em áreas controladas pelos Huthis no Iémen pelos Estados Unidos nos últimos dias".
De acordo com os Huthis, os ataques aéreos resultaram em 53 mortes e 101 feridos - incluindo civis- nas províncias de Sana'a, Sa'ada e Al Baydah, que levaram a interrupções no fornecimento de energia em localidades próximas.
A ONU apelou à máxima contenção e à cessação de todas as atividades militares, frisando que qualquer escalada adicional pode "exacerbar as tensões regionais, alimentar ciclos de retaliação que podem desestabilizar ainda mais o Iémen e a região e representar graves riscos à já terrível situação humanitária no país".
As Nações Unidas enfatizaram igualmente que o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, deve ser respeitado "por todas as partes em todos os momentos".
Entretanto, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou hoje que o Irão será "considerado responsável" por qualquer novo ataque dos Huthis, após o movimento iemenita apoiado por Teerão reivindicar uma ação armada contra um porta-aviões norte-americano no Mar Vermelho.
"Cada tiro disparado pelos Huthis será considerado, a partir de agora, como um tiro disparado por armas iranianas e pelos líderes iranianos, e o Irão será responsabilizado e sofrerá as consequências. E serão terríveis", escreveu o líder da Casa Branca na sua plataforma Truth Social.
Os Huthis reivindicaram um contra-ataque no domingo contra o porta-aviões norte-americano Harry S. Truman, utilizado por Washington para levar a cabo uma vaga de bombardeamentos na noite de sábado contra os rebeldes na capital do país, Sanaa.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, indicou que vários líderes Huthis foram mortos durante os ataques liderados pelos Estados Unidos.
Os Huthis, que controlam a capital Sanaa e outras regiões no norte e oeste do Iémen desde 2015, começaram a atacar há mais de um ano território israelita e navios ligados ao país com drones e mísseis nas águas do Mar Vermelho e do Golfo de Aden, alegando agir em solidariedade com o grupo islamita palestiniano Hamas, em guerra com Israel desde outubro de 2023.
Israel tem respondido com vários ataques aéreos contra o Iémen, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido também realizaram bombardeamentos contra o país, argumentando que estão a proteger a navegação numa região vital para o comércio mundial.
Os rebeldes iemenitas ameaçaram continuar as suas operações até que Israel termine a sua ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza.
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