O grupo xiita pró-iraniano disse num comunicado que negava "qualquer envolvimento no lançamento de 'rockets' do sul do Líbano para os territórios palestinianos ocupados", referindo-se a Israel.
"As alegações feitas pelo inimigo israelita fazem parte dos pretextos para continuar os seus ataques ao Líbano, que não cessaram desde que o cessar-fogo foi anunciado", disse o Hezbollah, citado pela agência francesa AFP.
A situação agravou-se no sul do Líbano depois de Israel ter denunciado o disparo de três foguetes na direção do norte do país.
O exército israelita disse que a força aérea destruiu os engenhos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, ordenaram ao exército que retaliasse, o que aconteceu de imediato, com ataques contra dezenas de lançadores de 'rockets'.
O exército israelita anunciou que também tinha atingido um centro de comando a partir do qual o Hezbollah operava no sul do Líbano.
A agência nacional libanesa ANI, citando o Ministério da Saúde, noticiou que duas pessoas, incluindo uma criança, foram mortas e oito ficaram feridas num dos ataques na localidade de Touline.
Um acordo de cessar-fogo pôs fim, em 27 de novembro, à guerra entre o exército israelita e o Hezbollah.
O grupo xiita libanês tinha aberto uma frente contra Israel em solidariedade com o movimento palestiniano Hamas no início da guerra em Gaza, em outubro de 2023.
As tréguas foram geralmente respeitadas, apesar das acusações mútuas de violações, enquanto o exército israelita manteve tropas no sul do Líbano em cinco posições estratégicas perto da fronteira norte de Israel.
Na sequência dos disparos contra Israel, o exército libanês anunciou que tinha encontrado e desmantelado "três plataformas de lançamento de foguetes artesanais" a cerca de 30 quilómetros da fronteira israelita.
O primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, alertou "para o risco de recomeço das operações militares na fronteira sul".
"Esta situação poderá arrastar o Líbano para uma nova guerra, com consequências desastrosas", afirmou, citado pela AFP.
O Presidente do Líbano, Joseph Aoun, também condenou "as tentativas de arrastar o Líbano de volta a um ciclo de violência", segundo um comunicado citado pela ANI.
Aoun apelou a todos os "amigos do Líbano para que estejam conscientes das conspirações que estão a ser montadas" contra o país "por mais do que uma parte hostil", sem especificar.
Também a força de manutenção da paz da ONU no Líbano (FINUL) se manifestou preocupada com um possível agravamento do conflito.
A força internacional apelou para que todas as partes evitem "pôr em causa os progressos alcançados, especialmente quando estão em jogo vidas de civis e uma estabilidade frágil".
"Qualquer nova escalada poderá ter consequências graves para a região", acrescentou a FINUL.
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