O advogado brasileiro Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, foi detido no Supremo Tribunal Federal (STF), pela Polícia Judicial do STF, esta terça-feira, por um princípio de tumulto no julgamento da denúncia contra o antigo presidente de Brasil e outros sete arguidos por golpe de Estado.
De acordo com o site brasileiro G1, Sebastião Coelho foi detido "em flagrante delito por desacato e ofensas ao tribunal".
Embora o advogado não tenha chegado a entrar no plenário da Primeira Turma, conseguiu interromper o juiz Alexandre Moraes durante a leitura do relatório.
A leitura foi interrompida perto do final, por gritos vindos de fora do plenário, quando Moraes enumerava os denunciados e falava acerca das sessões de julgamento.
Sebastião Coelho gritou palavras como "arbitrário", tendo sido retirado do local.
Já segundo a CNN Brasil, alguns deputados e advogados não se credenciaram previamente para acompanhar a sessão e, por isso, foram direcionados para a Segunda Turma para que pudessem assistir à sessão.
TUMULTO EM JULGAMENTO | O ex-desembargador e advogado Sebastião Coelho foi detido por causar tumulto em meio ao julgamento, no STF, da denúncia de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete civis e militares.
— Agência Brasil (@agenciabrasil) March 25, 2025
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O advogado foi então barrado e afirmou que irá acionar a Ordem dos Advogados do Brasil, criticando a postura do Supremo Tribunal Federal.
A estação televisiva relata ainda que as tentativas para forçar a entrada causaram um tumulto, tendo sido possível ouvir gritos.
Após ter sido detido e registada a ocorrência, o advogado foi libertado.
Note-se que o cliente de Sebastião Coelho, Filipe Martins, é um dos acusados no envolvimento da tentativa de golpe no Estado, mas não faz parte do "núcleo" cujas denúncias estão a ser analisadas durante esta semana, escreve o site brasileiro.
Sebastião Coelho foi desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, tendo deixado o cargo em setembro de 2022.
De recordar que, em fevereiro, o ex-Presidente Jair Bolsonaro e outros sete arguidos foram acusados pela Procuradoria Geral por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património, na sequência dos ataques de extremistas a 08 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes em Brasília.
Os cinco juízes da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal serão responsáveis por analisar se há provas suficientes contra Bolsonaro e decidir se aceitam as acusações e iniciam um julgamento criminal.
A análise das acusações no STF vai decorrer em três sessões que culminarão na tarde de quarta-feira.
No dia 8 de janeiro de 2023, enquanto o novo presidente brasileiro, Lula da Silva, se encontrava fora de Brasília a visitar a cidade de Araraquara, no estado de São Paulo, que tinha sido atingida por chuvas severas, um grupo de radicais, apoiantes do ex-Presidente Jair Bolsonaro, influenciados por meses de desinformação sobre urnas eletrónicas e medo do comunismo, invadiram e atacaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
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