"75% da população está unida através desta coligação", afirmou o novo líder do governo gronelandês, Jens-Frederik Nielsen.
O novo executivo reúne quatro dos cinco partidos com representação parlamentar e todos os independentes moderados da Gronelândia.
A apresentação do novo executivo, que reúne 23 dos 31 lugares do parlamento, coincide com uma visita à ilha do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que se desloca hoje com a sua mulher à base norte-americana de Pituffik, situada no noroeste da ilha, 1.500 quilómetros a norte de Nuuk, a capital da Gronelândia.
A mulher do vice-presidente, Usha Vance, tinha previsto deslocar-se à capital e assistir a uma popular corrida de trenós puxados por cães, o que foi entretanto cancelado.
A visita dos Vance gerou polémica com as autoridades dinamarquesas e gronelandesas, embora a alteração do programa tenha acalmado os ânimos.
Nielsen, cujo partido liberal (Demokraatit) venceu as eleições legislativas do passado dia 11 de março com quase 30% dos votos, insistiu na necessidade de formar um governo o mais alargado possível e qualificou de "desrespeitosas" as palavras do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, sobre o seu desejo de conquistar a Gronelândia, invocando razões de segurança internacional.
Recentemente, o novo chefe do governo da Gronelândia liderou uma manifestação em Nuuk contra as tentativas de Trump, que reuniu centenas de pessoas e terminou em frente ao consulado dos EUA.
O único partido que ficou de fora do executivo é o Naleraq, a segunda força nas eleições, com 24,5%, que defende a rápida independência da Gronelândia.
Embora o Naleraq também tenha assinado, há duas semanas, um manifesto com os restantes partidos, classificando as palavras de Trump como "inaceitáveis" e, apelando ao respeito pelo Direito internacional, distanciou-se dos restantes nos últimos dias, depois de ter sido confirmado que abandonava as negociações governamentais.
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