EUA exigem medidas contra terrorismo antes de levantarem sanções à Síria

O Departamento de Estado norte-americano condicionou hoje o levantamento de sanções pedido pelas novas autoridades sírias a medidas destas contra o terrorismo e a influência do Irão no país, a par da destruição de armas químicas.

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Lusa
31/03/2025 23:31 ‧ ontem por Lusa

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A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou à imprensa em Washington, DC que a nomeação do novo governo sírio no sábado é um "passo positivo", mas insuficiente.

 

"As autoridades interinas da Síria devem renunciar e reprimir totalmente o terrorismo, excluir os combatentes terroristas estrangeiros de qualquer papel oficial [e] impedir o Irão e os seus representantes de explorarem o território sírio", disse Tammy Bruce.

A porta-voz da diplomacia da administração de Donald Trump apelou também às autoridades interinas para que "tomem medidas significativas para destruir de forma verificável as armas químicas de [Bashar] al-Assad (ex-Presidente), ajudem a localizar os cidadãos americanos e outros cidadãos desaparecidos na Síria e garantam a segurança e as liberdades das minorias religiosas e étnicas da Síria".

No que diz respeito ao levantamento das sanções, "qualquer ajustamento da política dos EUA relativamente às autoridades provisórias da Síria dependerá da implementação de todas estas medidas", acrescentou.

O Presidente interino, Ahmed al-Charaah, cuja coligação islamista derrubou Bashar al-Assad em dezembro e tomou o poder em Damasco após quase 14 anos de guerra civil, anunciou no sábado a formação de um novo governo na Síria, dominado pelos seus fiéis.

O país está sob um apertado regime de sanções aplicado pelos países ocidentais ao regime Assad, e as novas autoridades vêm apelando ao seu levantamento para facilitar a reconstrução do devastado país.

Bruce disse "esperar que este anúncio [do novo governo] represente um passo positivo em direção a uma Síria inclusiva e representativa", reconhecendo "a luta do povo sírio, que sofreu durante décadas sob o domínio despótico e a opressão do regime de Assad".

Por seu lado, a União Europeia afirmou na segunda-feira que estava pronta a "cooperar" com o novo governo sírio.

O novo governo sírio é composto por 23 ministros, com apenas uma mulher.

Também inclui uma representação simbólica das minorias religiosas do país, conforme discutido no diálogo nacional realizado em fevereiro para delinear a transição.

O executivo inclui um ministro da minoria alauíta (a que pertence a família Al-Assad), um cristão (a única mulher), um curdo e um druso, embora o restante do gabinete seja composto principalmente por muçulmanos sunitas e aliados próximos do presidente interino, Ahmed al-Charaa.

O governo liderado pelos curdos que controla o norte e o nordeste da Síria criticou no domingo o novo governo pela falta de diversidade, considerando-o "semelhante ao seu antecessor", o regime do deposto Presidente Bashar al-Assad.

"O governo anunciado em Damasco foi notavelmente semelhante ao seu antecessor, falhando em levar em conta a diversidade da Síria, mantendo o controlo de um único partido sobre o país e falhando em fornecer representação justa para todos os componentes do povo sírio", disse o governo curdo, em comunicado.

Os curdos consideraram que essas políticas levam o país "de volta à estaca zero, com um partido a monopolizar o poder e excluindo componentes e fações sírias do processo político e da gestão dos assuntos do país", o que, afirmaram, "contradiz" os objetivos e aspirações do povo sírio.

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