O regresso dos bombardeamentos à Faixa de Gaza aconteceu após o Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter rompido o cessar-fogo com o Hamas em 18 de março, e já provocou 921 mortos e mais de 2.000 feridos, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave.
No total, desde o início da ofensiva israelita em outubro de 2023 contra o enclave palestiniano, registam-se 50.277 mortos, a maioria mulheres e crianças, e 114.095 feridos.
Além disso, milhares de pessoas continuam desaparecidas, muitas destas soterradas sob os escombros provocados pelos bombardeamentos israelitas e impossibilitadas de serem resgatadas pelas equipas de Defesa Civil porque Israel se recusa a permitir.
O Crescente Vermelho palestiniano (CVP) denunciou hoje mais uma vez que, pelo sétimo dia consecutivo, ainda é desconhecido o paradeiro de nove dos seus técnicos de emergência na zona de Tal al-Sultan, em Rafah, no sul de Gaza, onde foram "sitiados e atacados" pelas forças israelitas.
Em 23 de março, tanto a Defesa Civil de Gaza como o CVP perderam o contacto com vários dos seus veículos quando se dirigiam para uma missão, após um ataque aéreo israelita. Entre os desaparecidos estão os nove trabalhadores do Crescente Vermelho palestiniano e seis integrantes da Defesa Civil.
Hoje, num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina classificou de "limpeza étnica" os ataques realizados quase diariamente por colonos israelitas, "sob a proteção e supervisão das forças israelitas", na comunidade pecuária de Masafer Yatta, na parte sul da Cisjordânia ocupada.
O ministério palestiniano pronunciou-se após um grupo de colonos terem realizado outro ataque em Masafer Yatta na sexta-feira, depois do espancamento na segunda-feira do cineasta Hamdan Ballal -- galardoado com o prémio Oscar com o filme Nenhuma Outra Terra -, na aldeia de Susiya, deixando pelo menos outros cinco palestinianos gravemente feridos.
"Como se viu na sexta-feira, os colonos atacaram brutalmente vários pastores palestinianos numa tentativa de os expulsar e despovoar à força toda a área dos seus residentes palestinianos. Isto representa uma das formas mais atrozes de limpeza étnica contra os palestinianos", referiu o comunicado.
Para o Ministério palestiniano, o objetivo final destes ataques é "anexar esta terra como uma reserva estratégica para a expansão dos colonatos, destruindo deliberadamente qualquer perspetiva de criação de um Estado palestiniano".
A Cisjordânia ocupada está a atravessar a pior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005) e, em 2024, pelo menos 491 palestinianos foram mortos no território por fogo israelita, a maioria militantes, mas também civis, incluindo pelo menos 75 menores, de acordo com um levantamento realizado pela agência de notícias EFE.
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