Pelo menos 139 pessoas continuam desaparecidas na sequência do terramoto de magnitude 7,7, de acordo com um comunicado da equipa de informação da junta, divulgado através do canal de rádio e televisão oficial.
Um balanço anterior apontava para 1.007 mortos e 2.389 feridos.
A maioria das vítimas foi registada na região de Mandalay (a segunda maior cidade do país), considerada a mais afetada com o sismo, ocorrido às 12h50 locais (06h20 de Lisboa) de sexta-feira, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Mas, com as comunicações danificadas, a dimensão da catástrofe é ainda difícil de avaliar e o número de vítimas poderá aumentar consideravelmente.
A junta no poder estimou que o sismo destruiu mais de 2.600 edifícios.
De acordo com geólogos norte-americanos, há décadas que nenhum terramoto desta intensidade atingia a Birmânia.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha advertiu hoje que a situação em Myanmar (antiga Birmânia) continua crítica 24 horas após o terramoto, especialmente nas zonas de Sagaing, Mandalay e na capital, Naipidau.
As comunicações e as redes elétricas ainda não funcionam em várias partes do país e a mobilização internacional só começou há poucas horas, num país devastado por anos de guerra civil após um golpe militar em 2021.
O chefe da junta, Min Aung Hlaing, lançou um raro apelo à ajuda internacional, convidando "qualquer país, qualquer organização" a prestar auxílio. No passado, os militares têm-se mostrado relutantes em pedir este tipo de apoio ao estrangeiro.
As autoridades birmanesas declararam o estado de emergência nas seis regiões mais afetadas: Sagaing, Mandalay, Magway, Shan, Naipidau e Bago.
Num hospital da capital, centenas de feridos estavam a ser tratados no exterior devido aos danos no edifício, segundo jornalistas da agência France-Presse (AFP).
A União Europeia anunciou uma ajuda de 2,5 milhões de euros para as pessoas afetadas pelo sismo, enquanto a China declarou ter enviado 82 equipas de salvamento e prometeu 13,8 milhões de dólares (cerca de 12,7 milhões de euros) de ajuda humanitária de emergência.
Um avião carregado com kits de higiene, cobertores, alimentos e outros bens essenciais aterrou hoje em Rangum, vindo da Índia.
A Coreia do Sul, a Malásia e a Organização Mundial de Saúde (OMS) também anunciaram a sua ajuda.
"Vamos ajudá-los [...]. É terrível o que está a acontecer", afirmou o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, na sexta-feira.
O rei britânico, Carlos III, e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, enviaram as suas condolências, enquanto o Presidente chinês, Xi Jinping, transmitiu uma mensagem de "profundo pesar" ao líder da junta.
As agências humanitárias alertaram para o facto de Myanmar não estar totalmente preparado para uma catástrofe desta dimensão.
De acordo com as Nações Unidas, o conflito em curso deslocou cerca de 3,5 milhões de pessoas e, no final de janeiro, 15 milhões de birmaneses arriscavam-se a passar fome até 2025, mesmo antes do terramoto.
O abalo também se fez sentir na capital da Tailândia, a 1.000 quilómetros do epicentro.
Em Banguecoque, pelo menos uma dúzia de pessoas morreram, oito das quais no desabamento de um arranha-céus que soterrou dezenas de trabalhadores da construção civil, com as equipas de salvamento a trabalhar durante toda a noite para procurar sobreviventes nos escombros.
A cidade de Banguecoque ordenou o envio de mais de uma centena de especialistas para verificar a segurança dos edifícios, depois de ter recebido mais de 2.000 relatórios de danos.
[Notícia atualizada às 14h59]
Leia Também: Principal aeroporto de Myanmar está encerrado