"Por favor, parem esta guerra e ajudem-nos a trazer de volta todos os reféns", respondeu Yarden Bibas, na sua primeira entrevista desde a sua libertação em fevereiro, ao programa '60 Minutes' da estação norte-americana CBS News.
Bibas foi raptado da sua casa, no 'kibutz' (comunidade) Nir Or, pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023, bem como a sua mulher, Shiri, e os seus dois filhos pequenos, então com 4 anos e 8 meses e meio, mas ficaram detidos separadamente.
"Estou aqui por Trump, estou aqui somente por causa dele, acho que ele é o único que pode impedir esta guerra novamente", disse.
Israel retomou os bombardeamentos intensivos em Gaza a 18 de março, e lançou então uma nova ofensiva terrestre, pondo fim a um cessar-fogo de quase dois meses na guerra com o Hamas, mediado pelo Egito, Qatar e Estados Unidos.
Dos 251 reféns sequestrados a 07 de outubro, 58 continuam detidos em Gaza, 34 dos quais estão mortos, segundo o exército israelita.
"[Trump] tem de convencer [o primeiro-ministro israelita, Benjamin] Netanyahu e o Hamas, mas penso que pode fazê-lo", acrescentou Bibas.
Questionado sobre se o retomar dos combates encorajaria o Hamas a libertar os reféns, Bibas respondeu: "Não".
Rejeitando as críticas ao abandono dos israelitas mantidos em cativeiro em Gaza, Netanyahu reafirmou no domingo que a pressão militar estava a dar frutos nas negociações para os libertar.
"No que diz respeito ao Hamas em Gaza, a pressão militar está a funcionar (...). Podemos ver brechas a começar a aparecer" nas negociações indiretas, disse Netanyahu no início de uma reunião do seu gabinete.
O movimento islamita palestiniano, por sua vez, alertou que os reféns regressariam "em caixões" se Israel continuasse a bombardear o território da Faixa de Gaza.
Desde o início da ofensiva israelita em Gaza, após o ataque do Hamas, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, mais de 50 mil pessoas morreram no enclave palestiniano, igualmente mergulhado numa grave crise humanitária.
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