O Departamento de Estado frisou, em comunicado, que os migrantes foram expulsos no domingo à noite, destacando que entre estes estavam assassinos e violadores, mas sem dar detalhes sobre as nacionalidades ou alegados crimes cometidos.
O gabinete do Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, adiantou, no entanto, que estavam entre as pessoas enviadas salvadorenhos e venezuelanos.
Nayib Bukele acusou hoje os mais recentes deportados dos Estados Unidos para o país centro-americano para uma prisão de segurança máxima de serem assassinos e "criminosos de alto nível", ligados ao Tren de Aragua e à MS-13.
"Estes criminosos já não vão aterrorizar as nossas comunidades e cidadãos", garantiu o secretário de Estado, Marco Rubio, citado no comunicado.
"Mais uma vez, estendemos a nossa gratidão ao Presidente Bukele e ao governo de El Salvador pela sua parceria inigualável", acrescentou.
Os homens foram levados de avião para El Salvador pelos militares norte-americanos, detalhou o Departamento de Estado.
De acordo com o vídeo do governo salvadorenho, foram transportados de autocarro para a prisão de segurança máxima de El Salvador, e vestiram as t-shirts e calções brancos da prisão e estavam com as cabeças rapadas.
Mais de 200 migrantes venezuelanos que enfrentam a deportação foram enviados para El Salvador no início deste mês e estão também detidos na prisão de segurança máxima.
A administração Trump também deportou migrantes de várias nacionalidades para outros países da América Central. Mas El Salvador é o único país para onde os EUA estão a enviar pessoas para que possam ser presas.
Bukele ofereceu-se para prender os migrantes que os EUA queriam deportar, independentemente da nacionalidade, durante um encontro em fevereiro com Rubio.
Trump afirmou que o gangue venezuelano Tren de Aragua está a invadir os Estados Unidos e invocou a Lei dos Inimigos Estrangeiros de 1798, uma norma de guerra que permite ao presidente uma maior margem de manobra nas políticas e ações executivas para acelerar as deportações em massa.
Enviou dezenas de pessoas para El Salvador antes de um juiz proibir novas deportações sob a autoridade da lei. O Governo pede agora ao Supremo Tribunal autorização para retomar estas deportações.
Os defensores da imigração e dos direitos civis apresentaram ações judiciais para impedir a administração Trump de deportar pessoas para outros países que não o seu e utilizar a Lei dos Inimigos Estrangeiros.
Um juiz federal impediu temporariamente na sexta-feira a administração Trump de deportar pessoas para países terceiros sem antes poder argumentar que isso colocaria em risco a sua segurança.
O juiz decidiu que as pessoas com ordens finais de afastamento devem ter "uma oportunidade significativa" para argumentar que ser enviado para um país diferente do seu representa um nível de perigo considerado digno de proteção.
No domingo, a administração Trump pediu ao tribunal que revertesse a sua decisão.
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