"No âmbito destes controlos fronteiriços, que ordenei por fases a partir de outubro de 2023, a polícia federal detetou cerca de 86.000 entradas não-autorizadas e efetuou cerca de 50.000 expulsões. Assim, impedimos que entrem no país pessoas que não estão autorizadas e barramos criminosos e extremistas", afirmou a ministra do Interior cessante, Nancy Faeser, numa conferência de imprensa.
A ministra assegurou que, para o efeito, o Governo está a atuar em estreita coordenação com os países vizinhos e, sobretudo, em conformidade com a legislação europeia.
Segundo a governante, a polícia federal deteve também nesse período, no âmbito destes controlos fronteiriços, mais de 2.000 traficantes de seres humanos, "que transformam violentamente as pessoas em mercadoria".
Faeser classificou estes controlos fronteiriços como um dos fatores que contribuíram significativamente para uma redução acentuada do número de entradas na Alemanha e, em consequência, do número de pedidos de asilo.
Com 32.671 pedidos de asilo no primeiro trimestre deste ano, o número registou uma queda de cerca de 35% em relação ao mesmo período do ano passado e de cerca de 50% em comparação com os três primeiros meses de 2023.
Em março, o número de pedidos de asilo foi equivalente ao de princípios de 2021, em plena pandemia de covid-19, referiu.
Acrescentou ainda que, desta forma, se mantém a tendência de 2024, ano em que houve 213.499 pedidos, ou seja, menos 111.000 que os 324.636 registados em 2023, o que representa uma queda de mais de um terço.
"Com os atuais números de pedidos de asilo, podemos afirmar que reduzimos muito a migração ilegal, apesar das crises e guerras que atualmente vivemos", sublinhou.
Por outro lado, precisou que o número de deportações aumentou enormemente -- cerca de 30%, com 3.874 nos primeiros dois meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2024, e 20.084 em todo o ano passado, mais 55% em comparação com os 12.945 de 2022.
"Quem não tiver o direito de residência na Alemanha deve abandonar o nosso país. Estamos a fazer cumprir isto muito mais do que no passado", frisou.
Ao mesmo tempo, indicou que foram alcançados progressos decisivos na limitação permanente da imigração ilegal à escala europeia, acrescentando que "ninguém pode resolver as questões da migração sozinho, a nível nacional", o que considerou "seria um perigoso caminho errado".
"O novo Sistema Europeu Comum de Asilo será a chave para uma maior limitação, controlo e forte proteção das fronteiras externas da União Europeia", asseverou.
A ministra do Interior alemã indicou ainda que, em finais do mês passado, se encontrava registado na Alemanha um total de 1.252.954 pessoas que fugiram à guerra na Ucrânia, das quais cerca de 7% (82.111) são crianças com até 5 anos e 22% (278.345) são menores, com idades entre 6 e 17 anos.
Desde o início da guerra de agressão russa na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, um total de 1.664.140 pessoas pediu proteção na Alemanha.
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