Papa Francisco apela a que não se excluam os doentes da sociedade

O papa Francisco, ainda em convalescença, pediu hoje, numa homilia lida em seu nome na missa do Jubileu dos enfermos, que não se excluam da sociedade os que sofrem, porque "enfrentar o sofrimento juntos torna-nos mais humanos".

Notícia

© Lusa

Lusa
06/04/2025 11:00 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Papa Francisco

"Queridos irmãos e irmãs doentes, neste momento da minha vida partilho muito convosco: a experiência da doença, de me sentir fraco, de depender dos outros para muitas coisas, de precisar de apoio", confessou o papa Francisco, no texto.

 

E acrescentou: "Nem sempre é fácil, mas é uma escola em que aprendemos todos os dias a amar e a deixarmo-nos amar, sem fingir e sem rejeitar, sem lamentar e sem desesperar, gratos a Deus e aos irmãos pelo bem que recebemos, abandonados e confiantes no que está para vir.

A homilia foi lida em seu nome pelo Arcebispo Rino Fisichella durante uma missa na Praça de São Pedro que reuniu cerca de 20.000 pessoas, incluindo doentes, voluntários e profissionais de saúde que fizeram a peregrinação a Roma para atravessar a "Porta Santa" do Jubileu.

"Irmãos e irmãs, a poucos metros daqui, o Papa Francisco, no seu quarto, segue-nos de perto e participa, como muitos doentes e débeis, nesta Santa Eucaristia pela televisão", disse o arcebispo, suscitando aplausos dos fiéis presentes na praça.

O pontífice argentino, tal como nos últimos meses, não pôde assistir à missa, uma vez que se encontra em isolamento na sua residência no Vaticano, desde 23 de março, data em que recebeu alta hospitalar, após 38 dias de internamento devido a uma pneumonia bilateral e outras complicações.

A situação delicada do Papa, que tem vindo a melhorar, segundo a Santa Sé, fez com que este evento jubilar dedicado aos doentes de todo o mundo fosse particularmente aguardado com grande expectativa.

No texto, o Papa afirmou que "a doença é certamente uma das provas mais difíceis e duras da vida", mas que "o quarto do hospital e o leito da doença podem ser lugares onde se ouve a voz do Senhor".

Neste sentido, citou o seu antecessor, Bento XVI, que morreu aos 95 anos, a 31 de dezembro de 2022, e que na sua encíclica 'Spe Salvi' (2007) disse que "a grandeza da humanidade é essencialmente determinada pela sua relação com o sofrimento" e que "uma sociedade que não aceita aqueles que sofrem é cruel e desumana".

"É verdade que enfrentar o sofrimento em conjunto nos torna mais humanos, e partilhar a dor é um passo importante no caminho da santidade", afirmou.

O pontífice exortou a sociedade a "não relegar aqueles que são frágeis", como, denunciou, "infelizmente vemos por vezes um certo tipo de mentalidade que tende a fazê-lo".

"Não eliminemos a dor do nosso ambiente. Façamos dela uma oportunidade para crescermos juntos", exortou.

Além disso, Bergoglio dirigiu-se aos médicos, enfermeiros e profissionais de saúde presentes na Basílica de São Pedro e em todo o mundo para elogiar o seu trabalho no cuidado dos seus pacientes.

"O Senhor oferece-vos a oportunidade de renovar continuamente a vossa vida, alimentando-a com gratidão, misericórdia e esperança. Deixai que a presença dos doentes entre como um dom na vossa existência, para curar os vossos corações, purificando-os de tudo o que não é caridade e aquecendo-os com o fogo doce e ardente da compaixão", afirmou.

Leia Também: Papa aparece pela primeira vez em público após regresso ao Vaticano

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas