Libertação de Buchenwald. Ex-presidente alemão avisa para extrema-direita

A Alemanha assinalou hoje o 80.º aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Buchenwald, com alertas contra a "radicalização global e a mudança mundial" para a extrema-direita.

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Lusa
06/04/2025 15:10 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Buchenwald

"Devido à brutalização, à radicalização e à mudança mundial para a direita, posso agora --- e isso deixa-me desconfortável --- imaginar mais claramente como é que isto pode ter acontecido naquela época", salientou o ex-Presidente alemão, Christian Wulff.

 

No seu discurso, o antigo chefe de Estado (2010-2012) apelou ainda a um compromisso ativo com a democracia e a preservação da humanidade.

"Temos uma responsabilidade permanente, contínua e eterna por isso, porque o mal nunca mais deve prevalecer", alertou Christian Wulff, que criticou ainda o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

Segundo disse, aqueles que "banalizam" esta força política "estão a ignorar o facto de que a ideologia da AfD está a criar um ambiente propício para que as pessoas se sintam desconfortáveis na Alemanha e que estão realmente em perigo real".

Na cerimónia na cidade de Weimar, que contou com vários sobreviventes do Holocausto, o governador do estado da Turíngia, Mario Voigt salientou que Buchenwald foi "um lugar de desumanização sistemática" e que o que aconteceu no campo de extermínio "foi concebido para quebrar o espírito humano e a sua dignidade".

Voigt disse também que o ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023, mostrou que "a intenção de exterminar os judeus não é coisa do passado".

Na preparação desta cerimónia, as autoridades israelitas opuseram-se a um discurso pelo filósofo Omri Boehm, neto de um sobrevivente do Holocausto e um conhecido crítico do governo israelita e das suas ações em Gaza, o que levou os organizadores a retirar o convite.

O campo de Buchenwald, fundado em 1937, estava localizado no que é hoje o estado da Turíngia, no leste da Alemanha.

Mais de 56.000 dos 280.000 prisioneiros em Buchenwald e campos satélites foram assassinados pelos nazis ou morreram em consequência de fome, doenças ou experiências médicas antes de o campo ser libertado pelas tropas do Exército dos EUA, em 11 de abril de 1945.

Uma cerimónia de deposição de coroas de flores terá lugar na tarde de hoje na antiga área de chamada do campo.

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