Este é mais um episódio a manchar a cena política sul-coreana, abalada por vários meses de caos após a declaração de lei marcial por parte do ex-presidente Yoon Seok-yeol.
Moon Jae-in, antigo presidente de centro-esquerda (2017-2022), foi "acusado de corrupção por ter recebido 217 milhões de won [132. 200 euros] depois de ter facilitado a contratação do genro por parte de uma companhia aérea", declarou, em comunicado, o gabinete do procurador do distrito de Jeonju.
De acordo com o Ministério Público, o genro de Moon foi nomeado diretor-geral da companhia aérea Thai Eastar Jet, "apesar de não ter experiência ou qualificações relevantes no setor da aviação".
A empresa, controlada por um antigo deputado do partido de Moon Jae-in, nomeou o genro para obter favores do então presidente.
Qualquer salário e outros benefícios financeiros pagos pela companhia aérea ao genro de Moon, entre 2018 e 2020, "foram confirmados como não sendo pagamentos de salários legítimos, mas subornos ao presidente", acrescentaram os procuradores.
Moon Jae-in é conhecido por ter promovido a aproximação entre Seul e Pyongyang, em particular, por ter organizado conversações entre o líder norte-coreano Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o primeiro mandato.
Com a acusação de Moon Jae-in, dois antigos presidentes sul-coreanos estão a ser julgados simultaneamente.
Yoon Suk-yeol está atualmente a ser julgado por insurreição, depois de na noite de 03 para 04 de dezembro de 2024, ter imposto a lei marcial no país, enviando o exército para bloquear o parlamento, dominado pela oposição. No entanto, um número suficiente de deputados conseguiu reunir-se para levantar a lei marcial, horas depois.
Se for considerado culpado, Yoon pode ser condenado a prisão perpétua ou mesmo à pena de morte. No entanto, a condenação à morte é altamente improvável, uma vez que a Coreia do Sul tem uma moratória não oficial sobre as execuções desde 1997.
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