"Durante esses 50 anos da nossa independência houve muitas realizações e há pessoas que aparecem a dizerem que, durante estes 50 anos, não se fez nada. Não é verdade. Ainda falta muita coisa para fazer, mas também já se fez muita coisa", disse o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, durante um comício no distrito de Mutarara, na província central de Tete, onde efetua uma visita de trabalho.
Na sua intervenção, Daniel Chapo apontou avanços no setor da saúde, indicando o aumento do número de médicos especialistas de diferentes áreas, e também a expansão da rede elétrica, assegurando o fornecimento da energia em todos os distritos do país.
O Chefe do Estado moçambicano também referiu a "expansão" da rede de ensino superior, com mais de 50 universidades atualmente no país, e o "crescimento" da rede de estradas.
"Quando ficámos independentes, 97% da população não sabia ler e nem escrever do Rovuma ao Maputo, hoje a maioria do povo sabe ler e escrever. E os mais novos precisam de perceber que não é verdade quando aparece alguém a dizer que em 50 anos não se fez nada (...)", declarou o Presidente moçambicano.
Na mesma intervenção, o chefe de Estado voltou a pedir o fim "das destruições em Moçambique", insistindo que o país é "livre e democrático" e que ninguém deve ser obrigado a ser membro de qualquer formação partidária.
Moçambique viveu quase cinco meses de tensão social, com manifestações, inicialmente em contestação aos resultados eleitorais de 09 de outubro convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Quase 400 pessoas perderam a vida em confrontos com a polícia, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando, igualmente, em saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas e privadas.
O Governo moçambicano confirmou anteriormente, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
Em 23 de março, Mondlane e Chapo encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, embora, atualmente, críticas e acusações mútuas continuem nos posicionamentos públicos dos dois políticos.
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