Em conferência de imprensa hoje realizada, Fabio Ciciliano admitiu que o maior desafio das cerimónias fúnebres será a procissão pelo centro de Roma, desde a Basílica de São Pedro, no Vaticano, até à Basílica de Santa Maria Maior, onde o Papa será sepultado.
"Recordo que a cerimónia do enterro será privada, mas, logo a seguir, será dada aos fiéis a oportunidade de se aproximarem de Sua Santidade, e, claro que essa concentração de fiéis será tida em grande consideração", observou Ciciliano.
O percurso do cortejo fúnebre, que terá seis quilómetros de extensão, vai ser hoje analisado pelos organizadores, que estão a fazer uma "avaliação completa", acrescentou.
Ciciliano admitiu ser difícil estimar o número de pessoas que irão assistir ao funeral, já que a morte de Francisco coincidiu com o ano do Jubileu e aconteceu numa época em que Roma costuma estar cheia de turistas.
Embora tenha avisado que não é possível estabelecer um paralelo com a morte de João Paulo II, em 2005, o responsável da Proteção Civil admitiu que as estimativas apontam para cerca de 200.000 pessoas, embora não se saiba se estarão na Praça de São Pedro ou ao longo do cortejo fúnebre, até Santa Maria Maior.
Cerca de 61 mil fiéis passaram pela capela funerária do Papa Francisco até às 13:00 locais (12:00 em Lisboa), mas o número vai aumentar significativamente nas próximas horas e até às 19:00 de sexta-feira (18:00 em Lisboa), quando acontecerá a cerimónia de encerramento do caixão antes do funeral de sábado, antecipou.
A responsável chamou ainda a atenção para a descida significativa das temperaturas à noite, pedindo aos fiéis que se vistam como "uma cebola" para que possam adicionar ou remover camadas de roupa, conforme necessário.
O chefe da Proteção Civil referiu-se ainda à receção das centenas de líderes e autoridades mundiais que estarão em Roma para participar no funeral, que considerou "muito complexa".
Os preparativos "estão a ser realizados em estreita colaboração com a Câmara Municipal de Roma em aspetos relacionados com a segurança, uma vez que há elementos sobrepostos", disse.
Esta dificuldade é agravada pelo facto de a maioria destes dirigentes regressar a casa imediatamente após o funeral.
Após o funeral, será ativada a segunda fase da operação da Proteção Civil, que inclui o conclave para eleger o novo Papa, altura em que as previsões apontam para a presença de um número ainda maior de fiéis, já que coincidirá com outros eventos de grande envergadura, como a final do campeonato de futebol, a 14 de maio.
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