A opção pelo nuclear ocorre numa altura em que o país procura aproveitar a sua riqueza em recursos naturais para transformar a sua economia.
"Não estou em posição de vos dizer quando teremos uma central nuclear na Namíbia, mas posso assegurar-vos que as discussões começarão certamente este ano", disse Netumbo Nandi-Ndaitwah ao parlamento no seu primeiro discurso sobre o estado da nação desde que tomou posse há um mês.
Segundo a Associação Nuclear Mundial, as minas de urânio da Namíbia, um país desértico com uma população de cerca de 3 milhões de habitantes, poderiam fornecer 10% do abastecimento mundial de urânio, utilizado na produção de energia nuclear.
A Namíbia já manifestou o seu interesse em introduzir a energia nuclear no seu cabaz energético dependente de importações, principalmente da África do Sul.
"O setor do petróleo e do gás tem o potencial de transformar a nossa economia nos próximos cinco anos", afirmou a Presidente, explicando que a gestão da carteira de projetos passaria a ser da responsabilidade do seu gabinete.
Mas isso implica também a construção da primeira refinaria, afirmou.
O investimento neste setor, que atrai o interesse internacional, permitiria à Namíbia assegurar o seu abastecimento energético, criar empregos e apoiar o crescimento, defendeu.
O desemprego situa-se em quase 37%, enquanto o crescimento abrandou para 3,8% em 2024, após 4,2% no ano anterior.
"O setor mineiro contribui com 12% do nosso produto interno bruto e mais de 50% das nossas receitas em divisas. Mas este número não reflete o verdadeiro potencial do setor mineiro e dos nossos recursos mineiros", sublinhou.
A Presidente destacou ainda o potencial de exploração do lítio, do cobalto, do manganês e de outros minerais raros.
Leia Também: Cotação do Brent para entrega em junho sobe 0,65% para 66,55 dólares