Amani afirmou na semana passada, numa declaração nas redes sociais, que o plano de desarmamento das autoridades libanesas era uma "conspiração contra certos Estados", sem especificar quais nem nomear o Hezbollah.
O Irão, que apoia o Hezbollah, considera o assunto grave e vê no desarmamento do grupo libanês um "perigo para a segurança dos povos da região", escreveu Amani.
O debate sobre o desarmamento do poderoso Hezbollah ganhou premência no Líbano após a guerra entre Israel e o grupo xiita apoiado pelo Irão.
A diplomacia libanesa informou Amani de que "deve respeitar os princípios diplomáticos" relativos "à não-ingerência nos assuntos internos", segundo um comunicado do ministério citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A embaixada iraniana em Beirute disse hoje que Amani tinha prestado esclarecimentos às autoridades libanesas, referindo-se a declarações de "âmbito geral", e que tinha viajado para evitar qualquer "mal-entendido entre os dois países".
O embaixador iraniano disse na quarta-feira ao canal libanês Al-Jadeed que o desarmamento do Hezbollah era "um assunto interno do Líbano" e que o Irão "não iria interferir".
O Presidente libanês, Joseph Aoun, comprometeu-se a estabelecer um monopólio estatal sobre as armas, embora tenha reconhecido no domingo que se trata de uma questão delicada.
Os Estados Unidos, aliados de Israel, estão a pressionar para o desarmamento do Hezbollah, que se recusa a discutir a entrega das armas enquanto o exército israelita não se retirar completamente do Líbano.
O Hezbollah é a única fação que conservou as armas após a guerra civil no Líbano (1975-1990).
Durante muito tempo a força política dominante, o movimento xiita saiu enfraquecido em novembro de 2024, após mais de um ano de conflito com Israel, incluindo dois meses de guerra aberta, desencadeada pela guerra em Gaza.
Um acordo de tréguas assinado em 27 de novembro prevê que o exército libanês e as Nações Unidas sejam as únicas forças armadas que permanecem no sul do Líbano.
Prevê igualmente o desarmamento dos grupos não estatais e o desmantelamento das infraestruturas militares do Hezbollah entre o rio Litani e a fronteira israelita, cerca de 30 quilómetros a sul, bem como a retirada das forças israelitas do sul do país.
O exército israelita manteve várias posições e continua a efetuar ataques mortíferos que alegam ter como alvo o Hezbollah.
O Irão lidera o chamado "eixo de resistência" contra Israel que integra o Hezbollah, os grupos radicais palestinianos Hamas e Jihad Islâmica, e os rebeldes huthis do Iémen, entre outros grupos extremistas da região.
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