"Ontem [domingo], um ataque teve como alvo os subúrbios a sul de Beirute. Este ataque carece de qualquer justificação, nem sequer espúria. É um ataque político que visa alterar as regras em vigor", frisou o líder do Hezbollah, Naim Qassem, num discurso televisivo.
O Exército israelita anunciou que atingiu "mais de 50 alvos terroristas" no Líbano num mês, apesar do cessar-fogo que entrou em vigor no final de novembro entre Israel e o Hezbollah pró-iraniano.
"Durante o mês, o Exército israelita atingiu mais de 50 alvos terroristas em todo o Líbano. Estes ataques foram realizados após violações do cessar-fogo e dos acordos entre Israel e o Líbano, representando uma ameaça para o Estado de Israel e para a população", destacou o Exército israelita, em comunicado.
No domingo, Israel atacou os subúrbios a sul de Beirute pela terceira vez desde o cessar-fogo.
O Presidente libanês, Joseph Aoun, pediu imediatamente aos Estados Unidos e à França, garantes do acordo de cessar-fogo, que "assumissem as suas responsabilidades e obrigassem Israel a cessar imediatamente os seus ataques".
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que o ataque teve como alvo um armazém utilizado pelo Hezbollah para armazenar "mísseis de precisão" e para impedir que os militantes do grupo pró-iraniano usassem os subúrbios a sul de Beirute como "porto seguro".
Apesar do cessar-fogo que entrou em vigor em 27 de novembro, após dois meses de guerra aberta entre Israel e o Hezbollah, o Exército israelita realiza ataques regularmente no Líbano, alegando ter como alvo os combatentes e as infraestruturas do movimento, que foi severamente enfraquecido pela guerra e que alega respeitar o cessar-fogo.
O acordo prevê que o Hezbollah devia reposicionar as forças a norte do rio Litani, a cerca de 30 quilómetros da fronteira israelita, e desmantelar a restante infraestrutura militar no Sul.
Israel, por sua vez, devia concluir a retirada do sul do Líbano, mas as tropas continuam posicionadas em cinco posições consideradas estratégicas.
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