ONU "muito preocupada" com ataque a prisão no Iémen

A ONU declarou-se hoje "muito preocupada" com relatos de ataques aéreos a uma prisão no bastião dos rebeldes iemenitas Huthis, no qual terão morrido dezenas de migrantes.

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© SALEH AL-OBEIDI/AFP via Getty Images

Lusa
28/04/2025 23:29 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Iémen

As forças Huthis, apoiadas pelo Irão e que combatem o governo iemenita internacionalmente reconhecido, disseram que o ataque aéreo dos Estados Unidos, esta madrugada na província de Saadah, matou 68 pessoas e causou ferimentos em 47 ao atingir uma prisão onde se encontravam migrantes de origem africana.

 

Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, afirmou que "a ONU está muito preocupada" com os relatos de ataques aéreos contra o centro de detenção com migrantes em Saadah.

"Os relatos preliminares indicam que 68 migrantes foram mortos e 48 ficaram feridos, mas o número pode aumentar" à medida que as operações de resgate continuam, acrescentou Dujarric, expressando a "tristeza" da ONU com estas "mortes trágicas".

A AFP não conseguiu verificar o número de mortos de forma independente.

"De acordo com os nossos colegas humanitários, há relatos de que os hospitais da área estão sobrecarregados devido à sua capacidade limitada", com dezenas de feridos a chegar, acrescentou o porta-voz da ONU.

"Estes ataques representam um risco crescente para a população civil do Iémen", lamentou ainda, apelando a que "todas as partes respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito internacional humanitário".

Na declaração, Stéphane Dujarric não mencionou os Estados Unidos, que têm em curso uma campanha de bombardeamentos contra os Huthis, com ataques quase diários desde 15 de março, no âmbito da operação para conter a ameaça que representam para os navios mercantes no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.

Questionado pela AFP, o comando militar dos EUA para o Médio Oriente (Centcom) indicou que "está ciente das alegações de perdas civis relacionadas com os ataques americanos no Iémen e leva essas alegações muito a sério".

"Uma avaliação dos danos e uma investigação sobre estas alegações estão em curso", acrescentou.

Na noite de domingo, os Huthis relataram novos ataques atribuídos aos Estados Unidos em áreas sob o seu controlo, incluindo nos subúrbios da capital Sanaa, matando oito pessoas.

Os últimos ataques elevaram o número de mortos em ataques aéreos dos Estados Unidos no Iémen para 228, de acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse, baseada em anúncios dos Huthis.

A guerra civil no Iémen está em curso desde 2014, e a Arábia Saudita tem vindo a intervir desde 2015 em apoio do governo contra o qual os rebeldes Huthis lutam.

Na segunda-feira, os Huthis alegaram ter respondido aos ataques dos EUA atacando o porta-aviões USS Harry Truman "usando vários mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos e drones", uma ação realizada "em retaliação à agressão e aos massacres contra civis".

Também reivindicaram uma "operação militar" contra Israel que teve como alvo "a região ocupada de Ashkelon com um drone".

Os insurgentes, que controlam grandes áreas do Iémen, têm atacado o transporte marítimo desde o final de 2023 em solidariedade com os palestinianos na Faixa de Gaza, devastada pela guerra entre o Hamas e Israel.

Também reivindicam regularmente a responsabilidade por ataques de mísseis diretamente contra Israel, que diz intercetá-los.

Os militares norte-americanos anunciaram no domingo que atingiram mais de 800 alvos no Iémen desde meados de março, matando centenas de "combatentes" rebeldes, incluindo membros da liderança do grupo.

Os rebeldes formam atualmente um dos elementos mais ativos do chamado Eixo da Resistência formado por Teerão, após o enfraquecimento do movimento libanês Hezbollah e a queda do regime do antigo presidente Bashar al-Assad na Síria.

Leia Também: Irão classifica ataques dos EUA no Iémen como "crimes de guerra"

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