Israel ataca grupo na Síria e exige proteção dos drusos

Israel enviou esta quarta-feira uma "mensagem firme" à Síria a exigir a proteção dos drusos e anunciou que atingiu "um grupo extremista" perto de Damasco para proteger a comunidade drusa.

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Lusa
30/04/2025 16:36 ‧ há 5 horas por Lusa

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Médio Oriente

"O exército israelita (...) atingiu a organização de um grupo extremista que se preparava para atacar a população drusa na cidade de Sahnaya, na região de Damasco", afirmaram o primeiro-ministro e o ministro da Defesa israelitas num comunicado conjunto.

 

Benjamin Netanyahu e Israel Katz disseram que também enviaram uma "mensagem firme" ao novo regime sírio para que atue para proteger os drusos.

"Israel não permitirá que a comunidade drusa na Síria seja prejudicada", disseram no comunicado.

A agência oficial síria Sana deu conta de "ataques da ocupação israelita nos arredores da região de Sahnaya", segundo a agência de notícias France-Presse AFP).

Apesar de representarem apenas uma pequena parte da população síria, os drusos tentaram preservar uma certa liberdade de ação durante o regime de Bashar al-Assad, deposto em dezembro de 2024, e defendem-na contra os novos governantes.

Desde terça-feira, os confrontos entre combatentes drusos e grupos armados ligados ao governo causaram perto de 30 mortos.

Os drusos, uma comunidade esotérica descendente de um ramo do Islão, são vistos com desconfiança pela corrente sunita extremista de onde provêm as novas autoridades.

Representam cerca de 3% da população síria e vivem principalmente no sul, nomeadamente na província de As-Suwayda, perto de Israel, mas também em bolsas no noroeste e perto da capital, Damasco.

A comunidade tem tentado manter-se afastada da guerra civil, desencadeada pela repressão sangrenta de Assad a uma revolta popular em 2011, e que tem devastado o país.

Os drusos, cujo número é estimado em cerca de 700.000, concentraram-se sobretudo na proteção dos seus territórios e evitaram em grande medida o recrutamento forçado para o exército sírio.

Antes da queda de Assad, a província de As-Suwayda, que se queixava de discriminação, era palco de manifestações antigovernamentais há mais de um ano.

Durante a guerra civil, os drusos formaram grupos armados próprios, sendo os principais o "Movimento da Dignidade" e a "Brigada da Montanha".

Alguns grupos entraram em negociações com o novo governo central para integrar combatentes nas forças de segurança, tal como fizeram outros grupos armados sírios.

Quatrocentos combatentes drusos juntaram-se às forças do Ministério da Defesa e outros 500 juntaram-se às forças de Segurança Geral, segundo o chefe de redação do jornal local Suwayda 24, Rayane Maarouf, citado pela AFP.

Os drusos, uma comunidade de guerreiros ferozes, desempenharam um papel de liderança na revolta contra o mandato francês sobre a Síria há 100 anos.

Vivem no Líbano, na Síria, em Israel, nos montes Golã ocupados e na Jordânia.

Distinguem-se das correntes sunita e xiita do Islão pela doutrina esotérica, da qual a crença na reencarnação é um dos pilares.

A sua religião é revelada apenas aos iniciados e não aceita conversões.

Desde a queda de Assad, Israel, por intermédio de membros desta comunidade que vivem no país, tem efetuado vários gestos de abertura entre os drusos sírios.

Enviou-lhes encomendas humanitárias e já por duas vezes autorizou delegações de dignitários religiosos a deslocarem-se em peregrinação a Israel, apesar do estado de guerra entre os dois países.

Em março, na sequência de escaramuças nos subúrbios de Damasco, Israel afirmou querer defender os drusos.

As declarações israelitas foram rejeitadas pelos dignitários drusos, que reafirmaram o apego à unidade da Síria.

Leia Também: Governo israelita mobiliza exército para conter incêndios perto de Jerusalém

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