O líder do partido da União Democrata-Cristã (CDU), Friedrich Merz, vencedor das eleições alemãs, em fevereiro, falhou, esta terça-feira, a maioria parlamentar necessária para tomar posse como chanceler do país, numa primeira ronda de votações.
De acordo com a Reuters, este acontecimento está a ser visto como uma reviravolta inesperada, tendo em conta a coligação com os sociais democratas do centro-esquerda do partido SPD.
A presidente do parlamento alemão (Bundestag), Julia Kloeckner, afirmou que o o líder da CDU alcançou apenas 310 votos na câmara baixa do parlamento. Para garantir uma maioria, Merz precisava de 316 votos.
O Bundestag, que suspendeu a sessão, tem agora 14 dias para que haja um entendimento e Friedrich Merz seja eleito, ou um outro candidato, com maioria absoluta.
Os partidos da coligação CDU/CSU e SPD têm um total de 328 lugares no Parlamento. Os grupos parlamentares estão a discutir a situação atual.
De recordar que Friedrich Merz venceu as eleições alemãs, em fevereiro, com 28,5% dos votos e deveria suceder a Olaf Scholz.
Na segunda-feira, a CDU assinou um acordo de coligação com o SPD, que tiveram o pior resultado de sempre da sua história nas eleições.
O líder da CDU, de 69 anos, prometeu dar prioridade à unidade e à segurança europeia face às ameaças da nova administração norte-americana de Donald Trump e à guerra em curso na Ucrânia, após a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.
Internamente, Merz quer promover ideias como a redução dos impostos sobre as empresas para renovar o modelo económico alemão, o que poderá ser bloqueado pelo parceiro de coligação, o Partido Social-Democrata (SPD).
As políticas de imigração deverão ser um dos focos de Merz, com um agravamento e rejeição dos requerentes de asilo sem documentos nas fronteiras do país, apesar de a Comissão Europeia já ter salientado a necessidade de uma abordagem coletiva e unificada sobre migração.
[Notícia atualizada às 09h55]
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