As medidas incluem a limitação do acesso à Internet em Moscovo devido a ameaças ucranianas, disse Dmitry Peskov.
"Os serviços especiais e as forças armadas estão a tomar todas as medidas necessárias para garantir que as celebrações da Grande Vitória decorram num ambiente calmo, estável e pacífico", sublinhou.
"Estão em curso restrições ao funcionamento da Internet móvel, tendo em conta a nossa perigosa vizinhança", acrescentou o porta-voz da Presidência russa, numa clara referência à Ucrânia, pedindo aos residentes da capital russa para que compreendam esta situação.
"Não se trata de fracassos. São limitações ao funcionamento da Internet móvel por razões claras. É claro que é necessário mostrar compreensão", disse Peskov, na conferência de imprensa telefónica diária.
O representante do Kremlin salientou que todos os moscovitas querem que o "glorioso Dia da Vitória seja celebrado ao nível adequado e todas as atividades realizadas como planeado pelos organizadores".
"Mas, ao mesmo tempo, temos de ter em consideração o vizinho perigoso que temos", acrescentou, referindo-se à Ucrânia, que intensificou os ataques com drones nos últimos dias, especialmente contra Moscovo.
Por esta razão, explicou Peskov, a Rússia tem de estar "preparada para este tipo de limitações ao funcionamento da Internet móvel" durante todos os dias em que os convidados das comemorações permanecerem em Moscovo.
Peskov escusou-se a especificar em que horário as limitações serão impostas e acrescentou que "serão aplicadas na medida do necessário".
Na terça-feira, o Governo russo confirmou a presença de cerca de 30 chefes de Estado e de Governo na parada militar moscovita do Dia da Vitória, do 80.º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazi, data simbólica que o Presidente russo, Vladimir Putin, quer aproveitar para se rodear de alguns dos principais aliados.
Os Presidentes chinês, Xi Jinping, venezuelano, Nicolás Maduro, brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, cubano, Miguel Diaz Canel, e bielorrusso, Alexander Lukashenko, são alguns dos convidados esperados.
Um conselheiro de Putin, Yuri Ushakov, confirmou a lista provisória em que se incluem nomes que são particularmente observados pela UE, como o chefe do Governo da Eslováquia, Robert Fico, e o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, país que aspira a aderir ao bloco comunitário europeu.
Ushakov confirmou que ambos serão recebidos por Putin, noticiaram as agências oficiais russas.
A Alta Representante da UE para a Política Externa, Kaja Kallas, chegou mesmo a avisar que o bloco "não vai encarar de ânimo leve" a participação oficial nestes eventos, numa mensagem dirigida tanto aos Estados-membros como a candidatos à adesão, num apelo que não foi totalmente eficaz.
"Sou o legítimo primeiro-ministro da Eslováquia, um país soberano. Ninguém pode dizer-me para onde devo ou não viajar. Irei a Moscovo para prestar homenagem aos milhares de soldados do Exército Vermelho que morreram a libertar a Eslováquia", respondeu Fico.
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