Israel encerra seis escolas da ONU para palestinianos em Jerusalém Oriental

Israel encerrou hoje seis escolas da ONU em Jerusalém Oriental, obrigando os alunos palestinianos a saírem antes do tempo e deixando em causa a continuidade da educação de mais de 800 estudantes.

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Lusa
08/05/2025 16:21 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Em abril passado, a polícia israelita e funcionários do Ministério da Educação ordenaram o encerramento de seis escolas em Jerusalém Oriental no prazo de 30 dias, data que terminou na quarta-feira. 

 

As escolas são geridas pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, na sigla inglesa) que também mantém escolas na Cisjordânia ocupada por Israel, que continuam em funcionamento.

As ordens de encerramento surgem após Israel ter proibido, no início do ano, a UNRWA de operar no seu território, culminando uma longa campanha contra a agência, que se intensificou após os ataques do movimento islamita Hamas a Israel a 07 de outubro de 2023, que desencadearam a guerra na Faixa de Gaza. 

Israel alega que as escolas da UNRWA promovem conteúdos antissemitas e sentimentos anti-Israel, acusações que a agência nega.

A UNRWA é a principal fornecedora de serviços de educação e saúde aos refugiados palestinianos em Jerusalém Oriental, zona capturada por Israel na guerra do Médio Oriente de 1967. Israel anexou Jerusalém Oriental e considera a cidade a sua capital unificada.

"Quando me despedi das professoras, e quando as fui abraçar, comecei a chorar porque não sei para que escola irei agora, nem onde vamos estudar", disse Layan Ramadan Nataheh, aluna da Escola Básica Feminina de Shufat, uma das instituições da UNRWA encerradas.

"A presença de soldados dentro da escola assusta as raparigas, e a decisão de encerrar a escola afetou o espírito delas e o seu futuro, porque não têm para onde ir", afirmou Shujan Abu Remailah, residente no campo de refugiados de Shufat.

O Ministério da Educação de Israel afirma que irá colocar os alunos noutras escolas de Jerusalém. 

No entanto, pais, professores e responsáveis escolares alertam que o encerramento das principais escolas da região obrigará as crianças a atravessarem postos de controlo congestionados e perigosos diariamente, sendo que algumas não têm sequer as autorizações necessárias para os ultrapassar.

Numa declaração anterior à agência noticiosa Associated Press (AP), o Ministério da Educação israelita justificou o encerramento das escolas com o facto de estarem a operar sem licença. 

A administração da UNRWA comprometeu-se a manter as escolas abertas durante o maior tempo possível.

Inicialmente, havia a indicação de que apenas três escolas, localizadas no campo de refugiados palestinianos de Shuafat, em Jerusalém Oriental, tinham sido encerradas pelas forças policiais israelitas.

As forças israelitas expulsaram as crianças presentes no local e afixaram uma ordem de encerramento declarando que as escolas estavam a funcionar ilegalmente e sem a autorização requerida, segundo reportou a agência noticiosa France-Presse (AFP).

Leia Também: Israel encerrou três escolas em campo de refugiados em Jerusalém Oriental

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