O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, esta quinta-feira, ter alcançado um "acordo histórico" com o Reino Unido, com vista à redução das barreiras às exportações norte-americanas.
O chefe de Estado deu conta de o acordo comercial confirma a "reciprocidade e a justiça" entre os dois países que, na sua ótica, são essenciais para o comércio internacional, noticiou a BBC.
O acordo envolverá milhares de milhões de dólares de exportações norte-americanas, incluindo carne de vaca, etanol e outros produtos agrícolas.
"Vão acelerar o rastreamento de produtos norte-americanos através do seu processo alfandegário, de modo a que as nossas exportações tenham uma forma muito, muito rápida de aprovação, e não haverá qualquer burocracia", disse.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, considerou estarmos perante um "dia fantástico e histórico", tendo assegurado que a equipa de Trump fez um "trabalho incrível".
"É um verdadeiro tributo à história que temos de trabalhar tão estreitamente em conjunto", disse.
Segundo Starmer, o acordo "vai impulsionar o comércio" entre ambos e "proteger postos de trabalho, mas também criá-los, abrindo o acesso ao mercado".
O primeiro-ministro adiantou ainda que o acordo o vai eliminar as tarifas aduaneiras sobre o aço e o alumínio britânicos de 25% para 0% e do setor automóvel de 27,5% para 10%.
Questionado pelos jornalistas, o presidente norte-americano indicou que um acordo com o Reino Unido "abre um mercado enorme" aos Estados Unidos.
"Fiquei surpreendido ao ver a dimensão do vosso país. [...] É um negócio muito grande neste momento, mas penso que vai crescer si mesmo", complementou.
Recorde-se que Donald Trump já tinha afirmado que seria anunciado um novo acordo comercial entre Washington e Londres, um compromisso "completo e abrangente, que irá consolidar a relação entre os Estados Unidos e o Reino Unido durante muitos anos".
É o primeiro acordo comercial bilateral anunciado desde que Trump começou a aplicar tarifas aos parceiros comerciais dos Estados Unidos.
Há muito que o Reino Unido procura assinar um acordo comercial com os Estados Unidos para mitigar o impacto das tarifas anunciadas no mês passado por Donald Trump, que impôs uma taxa de 10% sobre todas as exportações britânicas e uma sobretaxa de 25% sobre o aço, o alumínio e os veículos.
Ao contrário da União Europeia (UE), o Reino Unido não anunciou tarifas de retaliação sobre os produtos dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos têm um peso significativo na economia do Reino Unido, pois foram o maior parceiro comercial dos britânicos no ano passado, de acordo com as estatísticas governamentais, embora a maior parte das exportações incidam em serviços e não em bens.
[Notícia atualizada às 16h50]
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