Netanyahu acusa Macron de repetir "propaganda desprezível" do Hamas

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron, de "fazer eco da propaganda desprezível" do movimento islamita palestiniano Hamas, após críticas ao bloqueio de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

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© RONEN ZVULUN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
14/05/2025 15:03 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Macron decidiu mais uma vez alinhar-se com uma organização terrorista islâmica e fazer eco da sua propaganda desprezível, acusando Israel com palavras sangrentas", disse Netanyahu, citado num comunicado divulgado pelo seu gabinete.

 

Israel, prosseguiu, está envolvido numa "guerra em várias frentes pela sua existência após o horrível massacre cometido pelo Hamas contra pessoas inocentes no dia 07 de outubro [de 2023], incluindo a morte e sequestro de dezenas de franceses".

"Em vez de apoiar o lado democrático ocidental que luta contra as organizações terroristas islâmicas e exige a libertação dos reféns, Macron exige mais do que nunca que Israel se renda e recompense o terrorismo", sinalizou, antes de prometer que "Israel não vai parar nem render-se".

Assim, Netanyahu reiterou que as autoridades "estão determinadas a alcançar todos os objetivos da guerra israelita, incluindo a libertação de todos os prisioneiros, a destruição das capacidades militares e do governo do Hamas, e garantir que o Hamas nunca mais volte a representar uma ameaça para Israel".

A reação de Netanyahu surge depois de, na terça-feira, Macron ter mostrado abertura para que a União Europeia (UE) reconsidere a vigência dos acordos de associação com Israel.

Numa entrevista transmitida na noite passada pela estação de televisão francesa TF1, o chefe de Estado francês também considerou "inaceitável" e "uma vergonha" o bloqueio israelita à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, mas recusou descrever o que está a acontecer no enclave palestiniano como um genocídio.

Macron apontou a "grave situação humanitária que existe hoje" em Gaza, enquanto defendeu que a posição da França sobre o conflito entre Israel e o Hamas tem sido "constante", ao mesmo tempo que reiterou a condenação aos "ataques terroristas" de 07 de outubro de 2023 perpetrados pelo movimento islamita palestiniano.

Deste ponto de vista, Macron insistiu que a França "reconheceu o direito de Israel a defender-se, mas como uma democracia".

"A nossa luta desde 07 de outubro de 2023 tem sido libertar todos os reféns (...) e desmilitarizar o Hamas", argumentou, antes de salientar que França defende há meses que a solução "não é atacar Gaza de forma indiscriminada".

Também hoje, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, já respondeu a Emmanuel Macron, avisando que o líder francês não está em posição de pregar "moralidade" a Israel.

"Nós lembramo-nos bem do que aconteceu com os judeus em França quando eles não conseguiram defender-se", disse Katz, num comunicado, referindo-se à perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha ocupou o país.

O ministro defendeu as ações do exército israelita, afirmando que opera com "um nível incomparável de moralidade em circunstâncias difíceis e complexas" e declarou que essa conduta "sem dúvida" supera a de França em guerras passadas.

Após uma trégua de dois meses, o exército israelita retomou a ofensiva militar na Faixa de Gaza em 18 de março com o objetivo declarado de forçar o Hamas a libertar todos os reféns ainda mantidos no enclave.

Desde 02 de março, Israel também bloqueou a entrada de toda a ajuda humanitária em Gaza, vital para os cerca de 2,4 milhões de habitantes do enclave.

Num discurso perante soldados na reserva na segunda-feira, o primeiro-ministro israelita avançou que "nos próximos dias" as forças israelitas entrarão "com toda a força para concluir a operação e derrotar o Hamas".

Netanyahu acrescentou que o seu gabinete estava a trabalhar para encontrar países dispostos a aceitar os habitantes de Gaza, mostrando-se confiante de que "mais de 50%" irão embora, e "ainda mais".

Em 05 de maio, Israel anunciou uma nova campanha militar que "conquistaria" Gaza e exigiria o deslocamento interno da "maioria" dos habitantes do pequeno território.

Leia Também: Israel ameaça entrar "com toda a força" em Gaza nos próximos dias

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