Israel convoca embaixadora espanhola após "duras palavras" de Sánchez

O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita convocou hoje a embaixadora espanhola em Israel, Ana Salomón Pérez, em protesto contra as "duras palavras" do primeiro-ministro Pedro Sánchez, que se referiu ao país como um "Estado genocida".

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© OSCAR DEL POZO/AFP via Getty Images

Lusa
14/05/2025 23:37 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Após as duras palavras do primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, a embaixadora espanhola em Israel foi convocada para uma reunião de repreensão no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Jerusalém, amanhã [quinta-feira]", adiantou um porta-voz do ministério à agência Efe.

 

A convocatória da embaixadora surge depois de Sánchez ter dito hoje no Congresso (Parlamento), que o seu Governo não negoceia "com um Estado genocida", em resposta às acusações do porta-voz do partido catalão Esquerra Republicana, Gabriel Rufián, de que o Governo espanhol negoceia "com um Estado genocida, como Israel".

"Vou esclarecer uma coisa, senhor Rufián. Não negociámos com um Estado genocida. Não negociámos. E creio que no outro dia, nesta tribuna, esclareci precisamente sobre o que estávamos a falar quando mencionámos algumas coisas que não eram verdadeiras", apontou Sánchez.

Quer Sánchez, quer o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, sempre tiveram muito cuidado para evitar classificar o que se passa em Gaza como genocídio. No entanto, a ministra da Defesa, Margarita Robles, falou de um "genocídio genuíno" em maio passado, o que gerou indignação do lado israelita. Nessa altura, não foi relatado que o embaixador também tivesse sido convocado.

Israel continua sem embaixador em Madrid depois de a sua representante em Espanha, Rodica Radian-Gordon, ter sido chamada a consultas em maio de 2024, após o reconhecimento do Estado palestiniano por Madrid. Nessa altura, já se sabia que se iria reformar em julho e tinha sido nomeado um sucessor, Zvi Vapni.

Entretanto, Vapni nunca chegou a assumir o cargo, pois o governo israelita recusou-se a aprovar a sua transferência para Madrid, e acabou por ser nomeado embaixador nos Países Baixos. O governo de Benjamin Netanyahu não enviou outro diplomata para ocupar o cargo desde então, embora não tenha descartado a possibilidade de isso acontecer num futuro próximo, de acordo com fontes diplomáticas israelitas que falaram recentemente à agência Europa Press.

O recente desentendimento entre os dois governos, resultante do cancelamento de um contrato de compra de munições para a Guarda Civil de uma empresa israelita, realçou ainda mais que as relações políticas não estão no seu melhor.

Num discurso perante soldados na reserva na segunda-feira, o primeiro-ministro israelita avançou que "nos próximos dias" as forças israelitas entrarão "com toda a força para concluir a operação e derrotar o Hamas".

Netanyahu acrescentou que o seu gabinete estava a trabalhar para encontrar países dispostos a aceitar os habitantes de Gaza, mostrando-se confiante de que "mais de 50%" irão embora, e "ainda mais".

Em 05 de maio, Israel anunciou uma nova campanha militar que "conquistaria" Gaza e exigiria o deslocamento interno da "maioria" dos habitantes do pequeno território.

O conflito em Gaza foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e dezenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou cerca de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.

As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.

Leia Também: ONG denuncia compra e venda de armas por Espanha a Israel, Sánchez nega

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