"É claro que vamos discutir isto novamente hoje. Mas precisamos de analisar o resultado. E o resultado é que se trata dos 5% que o Presidente Trump solicitou. E estamos a acompanhá-lo nesse ponto", disse Johann Wadephul numa reunião da NATO em Antália, na Turquia.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO debateram hoje uma exigência americana para aumentar massivamente o investimento em defesa para 5% do produto interno bruto nos próximos sete anos, enquanto os EUA se concentram nos desafios de segurança fora da Europa.
Em negociações em Antália, na Turquia, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, afirmou que são necessários mais investimentos e equipamento militar para lidar com a ameaça representada pela Rússia e pelo terrorismo, mas também pela China, que se tornou o foco da preocupação dos EUA.
"Quando se trata dos principais gastos com a defesa, precisamos de fazer muito, muito mais", disse Rutte aos jornalistas, salientando que, quando a guerra na Ucrânia terminar, a Rússia poderá reconstituir as suas forças armadas dentro de três a cinco anos.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, sublinhou que "a aliança é tão forte quanto o seu elo mais fraco". Insistiu que a procura de investimento dos EUA é sobre "gastar dinheiro nas capacidades necessárias para enfrentar as ameaças do século XXI".
O debate sobre os gastos com a defesa está a aquecer antes de uma cimeira do presidente dos EUA, Donald Trump, e dos seus homólogos da NATO na Holanda, nos dias 24 e 25 de junho.
Esta reunião de alto nível definirá o rumo para a futura segurança europeia, incluindo a da Ucrânia.
Em 2023, quando a guerra em grande escala da Rússia contra a Ucrânia entrou no seu segundo ano, os líderes da NATO concordaram em gastar pelo menos 2% do PIB em orçamentos de defesa nacional. Até agora, 22 dos 32 países-membros fizeram-no.
O novo plano de despesas em consideração é que todos os aliados tenham como meta 3,5% do PIB nos seus orçamentos de defesa até 2032, mais 1,5% extra em coisas potencialmente relacionadas com a defesa, como infraestruturas --- estradas, pontes, portos aéreos e marítimos.
Embora os dois números somem 5%, a consideração da infraestrutura e da cibersegurança alteraria a base na qual a NATO tradicionalmente calcula os gastos com a defesa. O prazo de sete anos é também curto para os padrões habituais da aliança.
Bélgica, Canadá, Croácia, Itália, Luxemburgo, Montenegro, Portugal, Eslovénia e Espanha ainda não estão a gastar nem 2%, embora Espanha espere atingir esta meta em 2025, um ano após o prazo.
A procura dos EUA exigiria investimentos a uma escala sem precedentes, mas Trump lançou dúvidas sobre se os EUA defenderiam aliados que gastam muito pouco, e isso continua a ser um incentivo para fazer mais, mesmo que os aliados europeus percebam que devem corresponder à ameaça representada pela Rússia.
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