Uma das professoras responsáveis pela aula de dança dedicada à cantora Taylor Swift que, em julho de 2024, foi alvo de um ataque com faca, em Southport, no Reino Unido, lançou uma campanha para que estes utensílios passem a ter ponta romba, numa homenagem às três crianças que foram assassinadas.
Leanne Lucas, de 36 anos, confessou que foi “a ponta da faca” que lhe provocou ferimentos que quase a levaram à morte.
"O que aconteceu antes do incidente foi pura alegria, estávamos a divertir-nos imenso. E o facto de isso ter sido arruinado e de a vida de todos os envolvidos ter sido destruída é simplesmente inaceitável", disse, em declarações à Sky News.
Bebe King, de seis anos, Elsie Dot Stancombe, de sete anos, e a portuguesa Alice da Silva Aguiar, de nove anos, foram assassinadas. Dez outras pessoas ficaram feridas no ataque levado a cabo por Axel Rudakubana, incluindo a professora.
O adolescente estava munido com uma faca de cozinha com uma lâmina de 20 centímetros, que teria comprado na Amazon. Na campanha que lançou esta quarta-feira, ‘Let’s Be Blunt’ [Trocadilho com a palavra “blunt”. Pode tanto significar ‘vamos ser francos’, como ‘vamos ter ponta romba’], Leanne Lucas pretende consciencializar a sociedade para o uso de facas com pontas mais seguras.
"Uma opção mais segura é optar por facas curvas ou de ponta romba... isso reduz o risco de a faca de cozinha ser utilizada como arma", considerou.
Depois de ter sido atacada, a professora ficou mais alerta para a forma como “as ferramentas domésticas podem ser transformadas em armas”.
“Quando olhamos para os números [dos crimes com armas brancas], o valor mais elevado é o da faca de cozinha doméstica, que todos temos na nossa cozinha e que usamos diariamente”, disse.
Desde o ataque que Leanne Lucas nunca mais cozinhou “com uma faca de cozinha pontilhada”.
“Obviamente, as pessoas podem magoar outras de muitas formas. O que importa é reduzir a oportunidade de provocar ferimentos que podem causar danos e ameaçar a vida das pessoas”, explicou.
A professora salientou ainda que o seu trabalho “era para as meninas” e “para a comunidade”, mediante a criação “de memórias que durarão uma vida inteira”.
“Não quero que isto faça parte das nossas memórias”, disse.
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