Se houver ataque a instalações nucleares, Irão irá responsabilizar EUA

O Irão responsabilizará Washington por qualquer ataque israelita às suas instalações nucleares, avisou hoje o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, antes de uma nova ronda de conversações com os Estados Unidos (EUA), em Roma, na sexta-feira.

Notícia

© Lusa

Lusa
22/05/2025 14:22 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Irão

Teerão e Washington, inimigos desde a Revolução Islâmica de 1979, iniciaram conversações a 12 de abril sobre o programa nuclear iraniano.

 

Os dois países voltam a reunir-se na sexta-feira em Itália para uma quinta ronda de negociações, com a mediação de Omã.

Na terça-feira, a estação televisiva CNN, citando vários responsáveis norte-americanos sob condição de anonimato, afirmou que Israel, um inimigo declarado de Teerão, se preparava para atacar as instalações nucleares do Irão.

"Na eventualidade de um ataque às instalações nucleares da República Islâmica do Irão pelo regime sionista, o governo dos EUA (...) assumirá a responsabilidade legal", escreveu Araghchi numa carta dirigida ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que foi hoje tornada pública.

O Irão não reconhece o Estado de Israel, que classifica repetidamente como um "regime sionista".

"O Irão adverte firmemente contra qualquer aventureirismo do regime sionista e responderá de forma decisiva a qualquer ameaça ou ato ilegal", acrescentou, na mesma missiva, o chefe da diplomacia iraniana.

"Se o regime sionista delirante cometer um ato insensato e lançar um ataque, receberá certamente uma resposta devastadora e decisiva na sua pequena e vulnerável geografia", insistiu, por seu lado, o porta-voz da Guarda Revolucionária do Irão, o exército ideológico do país, general Ali Mohammad Naïni, citado pela agência de notícia iraniana ISNA.

O Irão e os Estados Unidos voltam a reunir-se numa altura em que ambos manifestam publicamente desacordo sobre a questão sensível do enriquecimento de urânio.

No domingo, o enviado norte-americano para o Médio Oriente, Steve Witkoff, que lidera as conversações em nome de Washington, disse que os Estados Unidos "não podem autorizar nem 1% de capacidade de enriquecimento" de urânio no Irão.

Teerão, que defende o seu direito à energia nuclear civil, considera esta exigência como uma linha vermelha, contrária às disposições do Tratado de Não Proliferação (TNP), do qual o Irão é signatário.

Hoje, dezenas de manifestantes reuniram-se perto da central nuclear de Fordo, no centro do Irão, para reafirmar o "direito inalienável" à energia nuclear, segundo imagens de vídeo divulgadas pela agência noticiosa Mehr.

Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e Israel há muito que suspeitam que o Irão pretende adquirir armas nucleares.

Teerão rejeita as alegações e defende ter o direito à energia nuclear para fins civis, nomeadamente energéticos.

O anterior acordo com o Irão, o Tratado de Não Proliferação (TNP), foi concluído em 2015, mas caducou com a decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do pacto em 2018, durante o primeiro mandato presidencial (2017-2021).

O acordo envolvia também a China, a França, a Rússia, o Reino Unido e a Alemanha, e limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções económicas.

Desde que regressou à presidência, em janeiro, Trump apelou ao Irão para negociar um novo texto, mas ameaçou bombardear o país se a diplomacia falhasse.

Leia Também: Irão executa homem que atacou embaixada do Azerbaijão em 2023

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas