A agência da ONU considerou preocupante a situação nas universidades, bem como a circunstância de as autoridades recorrerem à intimidação.
O Governo norte-americano deu na quinta-feira 72 horas à Universidade de Harvard para lhe fornecer os registos dos estudantes estrangeiros.
Em particular, exigiu quaisquer provas do alegado envolvimento de estudantes estrangeiros em "atividades violentas", incluindo protestos, nos últimos cinco anos.
Só então será restituída a autorização, que retirou, de admissão de estudantes estrangeiros.
Os alunos estrangeiros representam mais de um quarto do total dos estudantes de Harvard, situada em Cambridge e Boston, no estado de Massachusetts.
A autorização de admissão foi retirada por a universidade alegadamente facilitar a entrada de estudantes estrangeiros com perfis "antiamericanos ou pró-terrorismo".
"A liberdade de expressão é fundamental para a sociedade, especialmente quando existem desacordos profundos sobre questões importantes", afirmou em Genebra a porta-voz o alto-comissariado à agência de notícias espanhola EFE.
Liz Throssell disse que tais desacordos "nunca devem ser confundidos com incitamento à violência ou ao ódio".
Um dos países visados pelos Estados Unidos é a China, dado que o Departamento de Segurança Interna citou alegadas ligações de estudantes e visitantes estrangeiros ao Partido Comunista Chinês.
Em resposta, a China deplorou hoje a decisão e afirmou que se opõe "firmemente à politização dos intercâmbios educativos".
Pequim "rejeita ataques e difamações infundadas contra a China", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Mao Ning disse que "a cooperação educativa entre a China e os Estados Unidos é mutuamente benéfica", mas garantiu que Pequim "protegerá firmemente os direitos e interesses legítimos dos estudantes e académicos chineses no estrangeiro".
Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo, acolhe cerca de 7.000 estudantes internacionais que perderiam o estatuto de residência no país se não se transferissem para outra universidade.
Cerca de 20% dos estrangeiros de Harvard são cidadãos chineses, de acordo com algumas estimativas.
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