Após ataque nos EUA, Israel 'atira' à UE. O que se sabe sobre assassínio?

Das vítimas ao suspeito, eis tudo o que se sabe sobre o assassínio de dois funcionários da embaixada de Israel em Washington.

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© Embassy of Israel to the USA via X/Handout via REUTERS

Notícias ao Minuto com Lusa
22/05/2025 14:46 ‧ há 4 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Médio Oriente

O assassínio, na quarta-feira à noite, de dois funcionários da embaixada de Israel em Washington, tem marcado as últimas horas, gerando inúmeras reações. Israel considerou que o ataque "ligação direta" ao incitamento ao ódio antissemita e anti-israelita e deixou críticas à Europa, onde vários países já se pronunciaram e condenaram o sucedido. O que se sabe até agora?

 

O ataque aconteceu quando os dois funcionários saíam de um evento no Museu Judaico, por volta das 21h15 (02h15 de quinta-feira em Lisboa). A chefe da Polícia de Washington, Pamela Smith, disse, em conferência de imprensa, que o suspeito aproximou-se de um grupo de quatro pessoas e disparou uma arma de fogo.

O suspeito foi observado a caminhar junto à porta do museu antes do ataque, entrou no museu após ter efetuado os disparos e foi detido pelos elementos de segurança do evento, disse ainda Pamela Smith. Já sob custódia policial, o homem gritou "Palestina livre, livre".

Antes da detenção, note-se, o alegado atirador, já identificado pelas autoridades como Elias Rodriguez, de 30 anos, de Chicago, foi confundido com uma vítima e recebido no museu.

"Eram por volta das 21h07 (no horário local, 02h07 em Lisboa) quando ouvimos tiros. Depois, um homem entrou, parecia muito perturbado e as pessoas estavam a falar e a tentar acalmá-lo. Finalmente, veio até onde eu estava sentada e eu perguntei: 'Precisas de água? Estás bem?'", relatou hoje Katie Kalisher à imprensa norte-americana.

Após os disparos, "o segurança deixou-o entrar. Acho que pensaram que era uma vítima. Estava encharcado pela chuva, claramente em choque. (...) Algumas pessoas no evento trouxeram-lhe água. Fizeram-no sentar-se. Perguntaram-lhe: 'Estás bem? Magoaste-te? O que aconteceu?'. O homem disse: 'chamem a polícia'", disse Yoni Kalin.

Depois, contam estas duas testemunhas, pegou num 'keffiyeh' - lenço típico do Médio Oriente - e assumiu a responsabilidade pelo ataque, sem demonstrar qualquer violência. "Fiz isto, fiz isto por Gaza", disse, de acordo com a Katie Kalisher.

Segundo Yoni Kalin, o atirador gritou "Só há uma solução, a revolução da Intifada", antes de ser retirado do edifício a gritar "Palestina Livre".

O indivíduo foi depois interrogado pelo FBI.

O procurador dos Estados Unidos em Washington vai ficar responsável pelo caso.

Homicídio em Washington? Extremista confundido inicialmente com vítima

Homicídio em Washington? Extremista confundido inicialmente com vítima

O homem que matou duas pessoas a tiro perto do Museu Judaico de Washington na quarta-feira à noite foi inicialmente confundido com uma vítima e recebido no museu, disseram testemunhas citadas hoje pela imprensa.

Lusa | 11:42 - 22/05/2025

Vítimas eram casal e uma delas tinha também nacionalidade alemã

Os dois funcionários assassinados foram identificados como Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim. Eram um casal e iam oficializar o noivado, na próxima semana, em Jerusalém.

Esta informação foi revelada, em conferência de imprensa por Yechiel Leiter, embaixador de Israel nos Estados Unidos. "O jovem comprou um anel esta semana com a intenção de pedir a sua namorada em casamento na próxima semana em Jerusalém", disse.

A embaixada, refira-se, já tinha divulgado um comunicado no qual destacavam que Yaron e Sarah "estavam no auge das suas vidas". 

"Toda a equipa da embaixada está de coração partido e devastada pelo seu assassínio. Não há palavras para expressar a profundidade da nossa dor e horror perante esta perda devastadora", dizia a nota. 

Yaron Lischinsky tinha 28 anos e trabalhava no departamento político da Embaixada de Israel. Tinha um mestrado em Governo, Diplomacia e Estratégia pela Universidade de Reichman e uma licenciatura em Relações Internacionais pela Universidade Hebraica.

Milgrim, cuja idade não é conhecida, trabalhava no departamento de diplomacia pública e tinha um mestrado em estudos internacionais pela American University e um mestrado adicional em recursos naturais e desenvolvimento sustentável pela Universidade Para a Paz. 

O antigo embaixador israelita Mike Herzog disse à Rádio do Exército israelita que a mulher morta era uma funcionária norte-americana da embaixada e o homem era israelita, mas também tinha nacionalidade alemã.

Há seis meses, o jovem casal conheceu o presidente israelita, Isaac Herzog, durante uma viagem a Washington. 

Numa mensagem publicada no X, Herzog descreveu os jovens como "flores" que foram "arrancadas". "Mesmo antes de poderem ficar noivos e construir uma vida juntos", lamentou. 

"Em vez de vos acompanharmos ao altar, acompanhamos-vos à sepultura"

Yaron Lischinsky tinha comprado anel de noivado à namorada e iam oficializar o noivado.

Notícias ao Minuto com Lusa | 12:11 - 22/05/2025

Israel acusa europeus de incitarem ao ódio após atentado nos EUA

O chefe da diplomacia israelita, Gideon Saar, acusou, entretanto, os países europeus de "incitarem ao ódio". 

"Existe uma ligação direta entre o incitamento ao ódio antissemita e anti-israelita e este assassinato", afirmou Saar numa conferência de imprensa em Jerusalém.

"Este incitamento vem também de dirigentes e funcionários de muitos países e organizações internacionais, nomeadamente da Europa", acrescentou, citado pela agência de notícias France-Presse.

Israel acusa europeus de incitarem ao ódio após atentado nos EUA

Israel acusa europeus de incitarem ao ódio após atentado nos EUA

O chefe da diplomacia israelita, Gideon Saar, acusou hoje os países europeus de "incitarem ao ódio" após a morte a tiro de dois funcionários da embaixada de Israel em Washington.

 Lusa | 10:29 - 22/05/2025

Este ataque ocorreu num momento em que o Governo israelita é alvo de crescentes críticas internacionais pela condução da ofensiva na Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que ordenou o reforço das medidas de segurança nas missões diplomáticas israelitas no mundo, na sequência do assassinato. 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também reagiu e qualificou como horrível o sucedido. Na mesma mensagem, Donald Trump disse que o ódio e o radicalismo não têm lugar nos EUA.

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, disse estar chocada, vincando que não há "lugar para o ódio e o extremismo". A par disso, vários líderes europeus também já condenaram o sucedido. Em Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, condenou "profundamente" as mortes e falou num ato baseado num antissemitismo que tem vindo a aumentar.

"Condenamos profundamente" o ataque, disse o ministro, adiantado que a posição de Portugal já foi transmitida às autoridades israelitas.

"É inaceitável. Por um lado, porque é um ato antissemita e, por outro, porque viola a Convenção de Viena" que protege os diplomatas, argumentou.

Para Paulo Rangel, o ataque mostra que "o ódio está a aumentar de parte a parte" devido ao conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

"Condenamos profundamente" morte de funcionários de embaixada israelita

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, condenou hoje o assassínio na quarta-feira à noite de dois funcionários da embaixada de Israel em Washington, considerando-o um ato baseado num antissemitismo que tem vindo a aumentar.

Lusa | 12:13 - 22/05/2025

Leia Também: Identificados funcionários de Israel mortos. Yaron e Sarah iam casar-se

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