China acusa EUA de quebrar acordo com medidas de "supressão extrema"

Pequim acusou hoje Washington de violar um acordo alcançado em maio para reduzir temporariamente as taxas alfandegárias com medidas de "supressão extrema", como restringir as exportações de semicondutores e anular vistos a estudantes chineses.

Lin Jian

© Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images

Lusa
03/06/2025 08:23 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Tarifas

"O consenso de Genebra foi alcançado com base no respeito mútuo e na igualdade de consultas. A China implementou-o de forma responsável e de boa-fé. No entanto, os EUA impuseram restrições unilaterais e infundadas", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian.

 

A China, que declarou ter apresentado um protesto formal, instou Washington a "corrigir as suas ações erradas" e a "respeitar o consenso duramente conquistado".

"O uso de pressão e coerção não é a forma correta de lidar com a China", disse Lin.

Pequim afirmou na segunda-feira, através do seu Ministério do Comércio, que desde que o pacto comercial foi selado a 12 de maio, Washington adotou novas medidas que "minam seriamente" os compromissos assumidos, incluindo a suspensão das vendas de 'software' utilizado no fabrico de semicondutores, novos controlos sobre a exportação de 'chips' utilizados em sistemas de inteligência artificial e a recente revogação de vistos para estudantes chineses, uma medida que a China descreveu como "discriminatória".

As duas potências tinham acordado uma trégua tarifária de três meses, com os EUA a reduzirem as suas tarifas de 145% para 30% e a China de 125% para 10%, numa tentativa de abrir a porta a um acordo mais alargado.

No entanto, as tensões aumentaram nos últimos dias, com novas restrições impostas por Washington e uma queda de cerca de 20% nas importações norte-americanas de produtos chineses em abril.

O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, reconheceu, na semana passada, que as negociações estão paradas e referiu que um telefonema entre Trump e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, poderia quebrar o impasse.

O conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse no domingo que ainda não há uma conversa agendada entre os dois líderes, embora espere que possam falar sobre comércio na próxima semana. Pequim, no entanto, respondeu hoje que não tem "qualquer informação" sobre um possível telefonema.

As crescentes fricções comerciais vêm juntar-se a uma atmosfera de desconfiança política e estratégica, também refletida nas recentes trocas de impressões no fórum de segurança de Shangri-La, em Singapura, onde o chefe do Pentágono acusou a China de querer perturbar o equilíbrio na Ásia.

Leia Também: Trump recusa qualquer acordo sobre enriquecimento de urânio pelo Irão

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