Prisão para deputada bolsonarista que deixou o Brasil após condenação

O Supremo Tribunal Federal (STF) decretou hoje a prisão preventiva de Carla Zambelli, deputada da extrema-direita condenada a dez anos de prisão, que anunciou estar fora do país e ser vítima de uma perseguição judicial.

Brazilian congress approves commission report that accuses Bolsonaro and 60 others of plotting coup

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Lusa
04/06/2025 16:41 ‧ há 2 dias por Lusa

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A deputada afirmou na terça-feira, em entrevistas aos 'media' locais, que viajou para o exterior para tratar de problemas de saúde e que pretende estabelecer-se na Europa.

 

Os detalhes sobre a saída de Carla Zambelli não são conhecidos, nem o paradeiro certo, mas esta ocorreu no momento em que o processo no qual foi condenada se encontra na fase de recursos.

Após as declarações da parlamentar, a Procuradoria-Geral da República (PGR) brasileira pediu ao STF que decretasse a prisão preventiva de Zambelli.

No documento, o procurador-geral da República brasileiro, Paulo Gonet, defendeu que "não se trata de antecipação do cumprimento da pena aplicada à ré, mas de imposição de prisão cautelar, de natureza distinta da prisão definitiva, com o fim de assegurar a devida aplicação da lei penal". 

O juiz relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio dos passaportes da deputada, o bloqueio de salários e outras verbas, bloqueio dos canais e perfis em redes sociais e a inclusão, pela Polícia Federal, da parlamentar na lista vermelha da Interpol, entre outras medidas.

Em 14 de maio, o STF condenou, por unanimidade, a deputada 'bolsonarista' a dez anos de prisão, considerando-a a mentora da invasão ao sistema informático do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nas vésperas das eleições de 2022, quando o atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, derrotou o líder de extrema-direita, Jair Bolsonaro, que procurava a reeleição. O ataque serviria para desacreditar o sistema judicial e incitar atos antidemocráticos, de acordo com a acusação.

Carla Zambelli afirmou que é perseguida pelo que chamou de "ditadura judicial" liderada pelos juízes do STF brasileiro e que, segundo a mesma, a condenaram sem nenhuma prova. "Eu não roubei, não violei, não matei", declarou a parlamentar.

Na entrevista, embora não tenha mencionado o ataque cibernético, Carla Zambelli insistiu que as urnas eletrónicas usadas no país "não são confiáveis" e destacou que, enquanto forem utilizadas, "não haverá democracia".

"O que vivemos hoje no país é um tempo de ditadura, de falta de liberdade e de censura", disse a parlamentar, que acrescentou que a partir de agora levará "essa mensagem a todos os países da Europa".

Carla Zambelli enfrenta acusações em outros processos, incluindo um caso em que perseguiu um apoiante de Lula da Silva com um arma em punho pelas ruas de São Paulo na véspera das eleições presidenciais de outubro de 2022.

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