China intensifica pressão sobre Taiwan durante conversa entre Xi e Trump

Mais de 50 aviões militares chineses sobrevoaram as imediações de Taiwan nas últimas 37 horas, coincidindo com um telefonema entre os presidentes chinês e norte-americano, anunciou hoje o Governo taiwanês.

Exercícios China estreito de Taiwan . GREG BAKER/AFP via Getty Images

© Getty Images

Lusa
06/06/2025 14:19 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Taiwan

Num período de 12 horas que abrangeu a conversa telefónica entre Xi Jinping e Donald Trump, passaram perto da ilha 38 aviões chineses, incluindo caças, bombardeiros, helicópteros e 'drones', disse o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan num comunicado.

 

O ministério disse que 35 aeronaves atravessaram a linha mediana do Estreito de Taiwan e entraram nas regiões norte, sudoeste e leste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan.

Contudo, não ultrapassaram os limites da zona contígua de Taiwan, que se estende por 24 milhas náuticas (44,4 quilómetros) a partir da costa da ilha, afirmou o ministério, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

Num segundo comunicado divulgado durante a tarde (hora local), o ministério disse que 21 unidades aéreas chinesas, incluindo caças e 'drones', aproximaram-se da ilha principal de Taiwan entre as 15:45 locais (08:45 de hoje em Lisboa) e as 19:00 (12:00).

De acordo com o ministério, 15 das aeronaves atravessaram a linha mediana do Estreito de Taiwan e entraram nas regiões norte, central e sudoeste.

Trata-se do maior número de incursões registado desde 01 de abril, quando a China lançou os exercícios militares em grande escala em torno de Taiwan.

Durante os exercícios, designados "Strait Thunder-2025A", a China ensaiou operações de controlo aéreo, bloqueio e ataques de precisão contra a ilha.

Este aumento da atividade militar chinesa teve início no mesmo dia em que Xi e Trump mantiveram uma conversa telefónica sobre as crescentes tensões comerciais entre as duas potências.

Xi insistiu que Washington deve tratar a questão de Taiwan com prudência, para que "os separatistas radicais empenhados na 'independência de Taiwan' não possam arrastar a China e os Estados Unidos para o perigoso terreno do confronto e mesmo do conflito".

As declarações de Xi foram divulgadas pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Taiwan foi a ilha onde se refugiaram as forças nacionalistas de Chiang Kai-chek quando perderam a guerra civil para o Partido Comunista Chinês, de Mao Zedong, que implantou a República Popular da China (RPC) em 1949, em substituição da República da China.

Taiwan governa-se autonomamente desde 1949 sob o nome de República da China e possui forças armadas e um sistema político, económico e social diferente do RPC.

A ilha é considerada como uma das democracias mais avançadas da Ásia, segundo a EFE.

Pequim considera Taiwan como uma "parte inalienável" da RPC e, nos últimos anos, intensificou a pressão contra a ilha para conseguir a reunificação, um dos objetivos a longo prazo traçados por Xi Jinping desde que chegou ao poder em 2012.

Durante mais de sete décadas, os Estados Unidos estiveram no centro das disputas entre as duas partes, uma vez que Washington é o principal fornecedor de armas a Taipé.

Embora não tenha laços diplomáticos com a ilha, reconhecendo a existência de uma só China, a RPC, os Estados Unidos poderiam defendê-la em caso de conflito com Pequim.

Esta posição tem causado atritos permanentes entre os Estados Unidos e a China, cujo governo definiu a "questão taiwanesa" como a "linha vermelha" nas relações entre as duas potências.

Leia Também: Taiwan diz que acusação sobre ciberataques contra empresa é "infundada"

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