Bruxelas, 06 jun 2025 (Lusa) - A União Europeia (UE) declarou hoje que observou alguma melhoria no acesso humanitário à Faixa de Gaza, embora tenha insistido que Israel deve dar acesso total ao enclave, após o bloqueio imposto pelos israelitas desde início de março.
"A situação aliviou um pouco em comparação com a altura do bloqueio, mas a situação ainda não é a ideal e permanece volátil", explicou a porta-voz da Comissão Europeia para Gestão de Crises, Eva Hrncirova, numa conferência de imprensa em Bruxelas.
"Reiteramos que precisamos de acesso total a Gaza, não apenas algumas passagens, porque sabemos que as necessidades são enormes neste momento", afirmou.
Assim, a porta-voz reiterou que a UE continua a exigir "acesso total" a Gaza, especialmente para permitir que as Nações Unidas e as organizações não-governamentais (ONG), que cooperam com o bloco europeu, entreguem ajuda à Faixa.
A porta-voz exigiu ainda o respeito pelo direito internacional humanitário.
"É a base do nosso trabalho. E a situação em termos de acesso à ajuda humanitária continua a ser extremamente preocupante. É preciso fazer mais para garantir que a ajuda mínima necessária chega àqueles que mais precisam", afirmou, numa nova mensagem às autoridades israelitas.
Eva Hrncirova explicou que a ajuda europeia consiste em alimentos, papas e artigos de higiene. Defendeu também a educação a longo prazo para as crianças em Gaza, algo de que, segundo a porta-voz, estão atualmente privadas.
No entanto, Hrncirova recusou-se a fornecer números sobre quantos camiões conseguiram entrar no território, indicando que os números são variáveis, embora tenha notado que a situação tenha sofrido "alguma melhoria".
Israel iniciou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza depois de o grupo palestiniano Hamas ter atacado o território israelita em 07 de outubro de 2023, que provocou mais de 1.200 mortos e cerca de 250 sequestrados.
Mais de 54 mil residentes da Faixa de Gaza já morreram e outros milhares ficaram feridos deste o início da guerra no enclave palestiniano.
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