Governo interino do Bangladesh marca eleições para abril de 2026

O Bangladesh vai realizar eleições no início de abril do próximo ano, cerca de um ano e meio depois de o Governo ter sido derrubado por uma rebelião, anunciou hoje o primeiro-ministro interino, Muhammad Yunus.

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Lusa
06/06/2025 16:05 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Bangladesh

As eleições vão acontecer "na primeira quinzena de abril de 2026", disse o economista e Nobel da Paz (2006), de 84 anos, num discurso à nação.

 

O país vive com um Governo interino desde agosto do ano passado, quando a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina fugiu para a Índia após várias semanas de violentos tumultos que ficaram conhecidos como "Revolução de Julho".

A revolta popular aconteceu em julho e agosto de 2024, inicialmente desencadeada por protestos de estudantes contra as quotas de emprego discriminatórias.

O movimento de protesto intensificou-se na sequência de uma dura repressão governamental, que causou centenas de vítimas.

Os acontecimentos conduziram a uma agitação generalizada e, por fim, ao derrube do governo da Liga Awami (formação laica, de esquerda), força política de Sheikh Hasina, a 05 de agosto de 2024.

Após a fuga de Sheikh Hasina, a repressão governamental e os acontecimentos da revolta foram investigados por um tribunal especial criado em 2009 para investigar e julgar pessoas acusadas de crimes ao abrigo do direito internacional, em especial os cometidos durante a guerra de libertação do Bangladesh de 1971.

A ex-primeira-ministra, que chegou ao poder em 2009 e era conhecida como "dama de ferro", foi formalmente acusada, no domingo passado, de crimes contra a humanidade alegadamente cometidos durante a revolta popular.

De acordo com a ONU, pelo menos 1.400 pessoas foram mortas durante a repressão da revolta, tendo Hasina sido acusada de ordenado ações que resultaram em assassínios em massa, ferimentos, violência dirigida contra mulheres e crianças, queima de corpos e recusa de tratamento médico aos feridos.

O ex-ministro do Interior, Asaduzzaman Khan Kamal, e o antigo inspetor-geral da polícia, Chowdhury Abdullah Al-Mamun, foram constituídos coarguidos.

Quando Yunus assumiu o poder, prometeu realizar reformas em áreas como a lei eleitoral, os direitos das mulheres e a administração geral, mas o processo tem sido lento e os seus críticos acreditam que está a utilizar táticas para se manter no poder.

Por isso, uma série de protestos, incluindo de funcionários públicos e de professores do ensino básico, começaram a ganhar peso nas últimas semanas e muitos, sobretudo os jovens, pedem eleições e um novo Governo legítimo.

Leia Também: Ex-primeira-ministra do Bangladesh acusada de crimes contra a humanidade

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