Numa declaração emitida pelo seu porta-voz, António Guterres desejou as melhoras ao político, manifestou a sua solidariedade para com a sua família e o povo colombiano e exigiu que o "ato deplorável de violência política seja investigado a fundo e que os responsáveis sejam levados à justiça".
"As próximas eleições representam uma oportunidade para os colombianos reforçarem ainda mais a sua democracia através de um processo eleitoral pacífico", acrescentou o chefe da ONU.
O ataque ao senador aconteceu no sábado durante um comício em Bogotá e causou choque e preocupação com a segurança dos políticos na campanha que está a começar para as eleições legislativas e presidenciais de 2026.
Miguel Uribe, de 39 anos, continua hospitalizado na Fundação Santa Fé de Bogotá, onde, segundo um boletim médico divulgado na segunda-feira, "se mantém em estado crítico e tem tido escassa resposta às intervenções e tratamentos médicos realizados".
O agressor, conforme confirmado pela Procuradoria, era um adolescente que foi capturado logo após o atentado.
A Colômbia é o terceiro país com mais pessoas deslocadas devido à violência do mundo, atrás apenas do Sudão e da Síria, tendo somado 7,3 milhões de pessoas deslocadas internamente até ao final do ano passado, o equivalente a 14% da sua população, segundo o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU.
O gabinete da ONU afirmou que, até meados de maio deste ano, 66.000 pessoas tinham sido deslocadas devido aos vários conflitos entre grupos armados, ou entre grupos armados e o governo, e este número é 28% superior ao número de novas pessoas deslocadas registado em todo o ano de 2024.
Também na segunda-feira, o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que o dispositivo de segurança de Miguel Uribe Turbai foi "estranhamente reduzido" no dia do ataque.
"Solicitei ao Conselho de Segurança que investigasse este incidente o mais detalhadamente possível", afirmou Petro na rede social X.
Petro, que tem feito diversas publicações sobre o atentado, disse também que ele próprio é um alvo, aludindo a inimigos dentro e fora do país.
"Sei que a minha cabeça já tem um preço e está a ser entregue a forças obscuras, neonazis e não republicanas, tanto nacionais como estrangeiras. Chegaram a exigir que a Mossad [serviços de informações israelitas] realizasse uma operação de extração", afirmou o Presidente colombiano.
Eleito em 2022 pelo movimento Colômbia Humana (esquerda), Petro diz estar mandatado para "um governo de paz, de vida e de mudança em busca de um Estado de Direito e de justiça social", manifestando "firmeza" nesse propósito.
Sobre as causas do atentado contra a vida do senador, Petro afirmou haver "muitas e diferentes" hipóteses e criticou o aproveitamento do caso para "fins eleitorais".
"Tenho observado o comportamento prudente de muitos dos meus adversários, mas outros são definitivamente suicidas para a sociedade e para a paz e procuram impedir o governo de apoiar as classes trabalhadora e popular do país", referiu o chefe de Estado colombiano.
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