"Com o Governo anterior estava previsto para 2030 o seu cumprimento, e com a tomada de posse do atual Governo foi decidida a antecipação desse investimento de 2% [para 2029]. Não invalida aquilo que é uma dinâmica que, pragmaticamente, pode obrigar a um maior esforço, em termos que há de ser o primeiro-ministro, no âmbito do Governo, a determinar", disse hoje aos jornalistas no Porto.
O governante falava à margem da apresentação do livro "Pires Veloso, herói para além do 25 de novembro", que decorreu hoje no quartel de Santo Ovídio, quartel-general da antiga Região Militar do Norte e atual Comando do Pessoal do Exército, na Praça da República, no Porto.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro afirmou, ladeado pelo secretário-geral da NATO Mark Rutte, que Portugal está disponível para antecipar "ainda mais" o calendário que prevê que o país atinja em 2029 um investimento de 2% do Produto Interno Bruto no setor da defesa.
Questionado pelos jornalistas acerca de prazos, Nuno Melo não indicou uma data, preferindo ressalvar que o chefe do Governo "teve uma mensagem (...) de lucidez".
"Nós temos que assegurar que vamos investir mais em defesa, mas sem pôr em causa, também, aquilo que é o bom desempenho da economia e das finanças, e o cumprimento das metas orçamentais, e aquilo que são obrigações sociais do Estado português em relação aos que estão mais vulneráveis e à população em geral", apontou.
Assim, para Nuno Melo, a fórmula para atingir os 2% do PIB na Defesa "tem de ter em conta tudo", havendo "a disponibilidade para investir mais em defesa sem pôr em causa tudo o resto".
De acordo com o ministro da Defesa, "2% é, nos termos afirmados pelo Governo, uma meta e um esforço possível" face às circunstâncias do país, e "uma reavaliação que vá além disso, ou que implique antecipação disso no prazo proposto, será uma avaliação a fazer no Governo e a anunciar, desde logo, pelo primeiro-ministro".
"Se nós cumprirmos estes 2%, com os reforços orçamentais que estão previstos até à data do nosso compromisso [2029] neste momento, com a NATO, temos condições para melhorar muito daquilo que tem de ser feito nas Forças Armadas", a nível de pessoal, equipamento, infraestruturas, missões, habitação, elencou.
Nuno Melo rejeitou ainda comentar a demissão do secretário de Estado da Administração Local, Hernâni Dias, bem como em que moldes irá o CDS/PP, partido que lidera, concorrer à Câmara do Porto nas eleições autárquicas do outono.
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